segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

mais uma de uma noite insone

Meu amor é infantil
Sou imatura
Casca dura
No fundo sou pura
Mas no raso
Eu arraso, caso descaso
Me enlaço
Faço troca
Boboca
Não sei ouvir não, isso é sinal de ingratidão
Eu teimo, bato o pé no chão
Eu amo como criança
Como quem dança
Faço manha
Amanha chegou
Eu nem dormi
Nem rimei
Nem te amei

domingo, 9 de dezembro de 2007

mais do memso

Ana
tem na boca o veneno incoercível da serpente
Um riso convulsivo
Forte, lascivo
Suas palavras causam tamanha inquietação
Talvez só similar à sensação da morte
quando esta se aproxima


Olhos negros
Olhar profundo
Ameaçador
Provoca febre
Tremor
Ainda sim
é aconchegante
Suas olheiras profundas são como redes
Onde se pode deitar e descansar


Vulcânica
Intensa, mordaz
A raiz de toda dor
A negra raiz do mal


Espuma
Explode
Escapa


Ana estava feliz um dia antes de morrer
Morbidamente feliz

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Um sabor amargo desceu por minha garganta
Fel ódio ciúme
Sinto o gosto do cheiro de um perfume barato na sua roupa
Repugnância repulsa
Remôo
E reluto
Reluto em acreditar no que está sendo atirado a cada minuto na minha cara
Você não me quer mais
Você me odeia
Posso sentir o cheiro do seu desprezo
E ver a cor do seu desdém

– quase púrpura –

Mas sei que sou culpada
Não sei que mal se apodera de mim
E como de costume construo o desamor em todos que metem-se em mim
(com duplo sentido, certo)
É o que me foi mandado
Provocar o ódio naqueles que um dia me amaram
Ou que pelo menos tentaram



Sei que sempre fui só
E acho que meu ser se acostumou a esse desterro
Devo afugentar pessoas
Enxota-las da minha vida
A solidão já se apoderou de mim de tal forma
Que sem querer destruo todas as minhas relações
Esse espírito de porco que me domina me faz ser só
Talvez por medo.
Talvez por tristeza
Talvez por hábito
Ou infortúnio
terei que acreditar que sou uma pessoa maldita, miserável, marcada
Uma alma maléfica
Uma mente diabólica
Um coração das trevas
Que esta condenada a viver sozinha
E morrer nesse deserto





E agora você
Minha ultima expectativa de ser feliz
Minha ultima tentativa
chega em casa cheirando perfume de quinta
Olha-me com pena
E dorme sem me foder
Cadê o desejo que outrora tomava conta de você?
Então vá
Pode ir
Estou acostumada a minha solidão
A minha dor
Na verdade temo perde-las
Estou acostumada a conviver com elas


Minhas parceiras



Com amor
Ana
desistindo de todas as tentativas de amar


Só sei viver só



“vivemos como sonhamos, sozinhos”Joseph Conrad
Coração das trevas

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

dos experimentos

E para que me deram esse corpo senão para experimentar?
Pintar beber trepar
ver até onde essa porra agüenta.

-pena que me foi dado um só, tenho morte e degustações pra meter nuns três-.

E de que me serve essa vida senão para provar desgostos antipatias e construir imagens ácidas
Estômago comprimidos platô
Eno


De que me valeria essa porra de angustia que me consome, senão para apreciar e sorver o que me desordena
Ultrapassar noites intransponíveis

Eu não quero consolo, não quero a merda do teu colo

–dos meus desgostos sei eu-

Antes preciso provar
o improvável
Conciliar contrários
Dormir sem calmantes

É tudo plástico descartável e incrivelmente dispare
Desespero agradável e esperado


É ser só quando se quer
E quando cansar
Finge e fim

Espero pelo mal
Mais do que pela inútil esperança de que atendam meus gritos silenciosos de clamor.


Muito drama pra pouca bosta.

Fim.
E uma ode ao rivotril.


natalia razuk vulgo essa aí

domingo, 25 de novembro de 2007

me espera.eu vou voltar.eu não minto.não pra você.minto pra mim.me espera.ali.na janela.com sorriso.flor na lapela.sorrindo dizendo.é ela.
você e só você conseguirá me reconhecer.vai encontrar no fundo dos meus olhos tristes algo que ainda existe.não sei o que é.mas ainda ta lá.no fundo na alma. naquele fundo mais fundo e tão fundo que nem eu consigo chegar.você consegue.me espera.eu volto.não posso lhe precisar quando.nem por qual caminho virei.mas se tu tiver me esperando.eu voltarei.quem sabe pra ficar. quem sabe pra dizer que não fico mais.mas eu preciso que você me espere.




amor eu voltei.andei por estradas tortuosas que me levaram até onde quis.fui até la.senti o cheiro da merda e me imundei nela.foi lá sentindo aquele puta fedor.que aprendi a dar valor.a você. a janela. a flor.



me quer?
já me limpei.
me arrumei.
voltei.


a você que sente meu azedo quase doce,meu néctar de podridão,e ainda me abraça e diz que sou a melhor mulher do mundo

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Faça doer, mas faça doer muito, doer até o ponto em que te pedir pra parar
E não pare
Faça doer até a dor superar o limite físico e se encontrar com minhas dores emocionais, irracionais
Aquelas que talvez você ache banais
Me de sua força
E de te entrego todo meu ser
Meu liquido
Se entorpeça
E me esqueça

Acho estapafúrdio ver pessoas sofrendo por amores naufragados
Difícil é se perder
Se ver afundar.
E não ter forças ou vontade de nadar em busca do você que um dia você foi.
Dizem que existe uma garrafa que sempre traz uma boa noticia. Pra mim não tem chegado nem garrafa de conhaque.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

tenho a cada dia aprimorado a aptidão ao ódio, estou chegando a um nível tão superior que odeio indiscriminadamente qualquer um por nenhum motivo específico. Por gosto, apenas.Estou quase satisfeita, saboreio o ódio, a fúria e me delicio com a ira consumindo meu ser.
Destilar meu veneno nos coitados que cruzam meu caminho, é sem dúvida dos prazeres mais saborosos.
O regozijo de humilhar. sem perdão, nem misericórdia.
Isso requer treino, disciplina e força. Esquecer bondades, compaixões e não autorizar o ódio a destruir seus momentos de deleite.
É o culto ao ódio, a aniquilação do medo.
O coração das trevas, e pra variar, sortuda que sou, tenho alguém que me acompanha nisso
meu único amor, o único a quem aceito respeito e baixo minha cabeça.
Meu dono, meu rei, meu senhor.
o Horror o Horror
Meu amor é infantil
Sou imatura
Casca dura
No fundo sou pura
Mas no raso
Eu arraso, caso descaso
Me enlaço
Faço troca
Boboca
Não sei ouvir não, isso é sinal de ingratidão
Eu teimo, bato o pé no chão
Eu amo como criança
Como quem dança
Faço manha
Amanha chegou
Eu nem dormi
Nem rimei
Nem te amei

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

eu sou aquela típica ser que fala muita merda e acha que ta abafando

fodona do caralho, teu caralho na minha boceta quente
molhada longa
é um caralho mesmo
mas que seja o seu
e só o seu
sim
e bebi demais
me droguei em excesso
falei mais do que precisava
arrumei encrenca
cai na merda
chafurdei na lama
fui feliz
hora do rivotril e cama

domingo, 11 de novembro de 2007

texto achado hoje, quando fuçava em blogs e descobri ser de uma pessoa muito querida para mim

Para (pára) Natália...

É dito que o elemento do meu signo é água, mas o que eu mais ouço dizerem por aí é que 'sou fogo'. Que fogo que nada... um fogaréu vivo ambulante. Mas ninguém nota a não ser que realmente preste atenção. Ninguém presta. Ninguém pára pra prestar. Eu também não. Não mais. Meu comportamento para com a vida e as pessoas hoje em dia consiste basicamente em me expôr a situações vergonhosas, constrangedoras e/ou degradantes, deliberada e propositalmente, just for the fun of it, só para afastar o tédio. Me atiro na lama de fato, com o pensamento firme de que "me emporcalho toda, mas não sou escrava de ninguém!". Eles acham feio, apontam e riem de mim. E eu rio junto e mais alto ainda. A vida é isso.

É a tal da coisa, a vida, isso de causar baixaria e de brigar em bar, quebrar garrafa e o escambau e horas depois estar dormindo com o próprio inimigo, lambidas em hematomas e feridas e mordidas sérias de um amor furioso nunca visto, atemporal. E depois termina e nada aconteceu. Minha atividade volta a ser principalmente, andar por aí, bêbada, de mão em mão, de briga em briga, de beijo em beijo. Eu sei, infante e tudo o mais, mas demorei pra me tocar de algumas coisas, mas um dia aconteceu, sem eu querer, sem eu notar. Não lembro bem o momento, nem o que fiz pra que o ESTALO acontecesse, mas aconteceu e eu fiquei ali:

"Toda e qualquer atividade é DEGRADANTE de qualquer forma, independente do que for, seja dormir na sargeta ou dormir com aquele cara que você pensou ingenuamente que era 'pra sempre' e se ferrou mais tarde."

E tem vários caras e carinhas. E eu já cambaleei pra caralho, mas custei a CAIR EM MIM. E vários deles me ensinaram a dar meus primeiros tropeços, deixando meu útero sempre em chamas, acabando comigo das melhores e piores maneiras possíveis. Depois que descobri o ditado acima, larguei a família, tomei veneno e MORRI DE RIR (da sua cara, da cara de todos eles e elas, cândidos de motel). Fui lá atrás, buscar com os meus antepassados o comprometimento com a idolatria e o amor ao sacrilégio, coisas que carrego comigo hoje. De bônus, carrego ainda todos os vícios do início ao inevitável fim: a cólera, a luxúria (magnífica) e sobretudo a MENTIRA e ainda a indolência.

E posso até ser marinheira de primeira viagem, mas tenho comigo tudo que preciso. A Náusea é minha madrinha maior, com pérolas no lugar dos dentes e conselhos sábios sobre tudo que me cerca. O resto é resto, é tudo, é nada , é invejável e libertador (meus, minhas): paixões as desmedidas, ódios somente os MÚTUOS, dores apenas as não curtidas. Orgasmos? Os únicos, os memoráveis e os múltiplos, por favor. Bilhetes de metrô. Faça o que eu digo não faça o que eu faço, moço. E é isso aí... Vai fundo!


Ou ainda seria o contrário?


Tanto faz. Acho que na altura do campeonato, pra me suportar, suportar minha seriedade e falta dela, minha paixão exacerbada, é necessário possuir um tipo atípico de integridade intelectual que deve ser levada à limites extremos. Se faz necessário ter se tornado indiferente, possuir uma inclinação - nascida da força - pro que é proibido, uma predestinação pro labirinto. A experiência de sete solidões. Ouvidos novos para músicas novas e olhos novos pro mais distante. Uma consciência nova para verdades até agora mudas. É preciso também tornar-se superior à todos em poder, grandeza de alma e em principalmente em profundo DESPREZO.

Felizmente o mundo das letras é terra de ninguém e aqui é possível o que eu quiser e não quiser. Não acho NADA glorioso bombardear cidades inteiras. Tem muito mais glamour, matar uma pessoa apenas a machadadas. Ainda mais se tem sexo antes ou depois, pouco importa, desde que TENHA, pois é essa a fórmula que funciona (concorde comigo vá... não seja hipócrita). E se quiserem me julgar, exijo que meus defensores sejam metafísicos em vez de advogados, e que o júri seja composto pelos meus pares --poetas, pervertidos, vagabundos e gênios. E se você me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar, um dia, há muito tempo atrás. Enfim... mesmo sentada num banco de réus, é sempre interessante ouvir falar da gente. Não é? Não é..?


Me ouça.


Cuidado, rapaz...


Eu posso enfiar pregos quentes em você.

http://osdesterrados.blogspot.com/2006_10_15_archive.html

domingo, 4 de novembro de 2007

Prometo também tentar não mentir, nem te fazer promessas não cumpriveis.

Tendo para todo tipo de vício
Químicos, psicológicos e sentimentais.
Por isso não me abandone
Preciso de você com a mesma força que quero meu conhaque, meu cigarro, uma carreira de cocaína.
Não me peça pra escolher, são todos complementos e partes de uma mesma merda.A grande merda.
Eu.

Prometo não fumar na sua cama, nem aparecer embriagada às 4 da manhã.

Não me mate assim, porra como se eu fosse um nada. Como se de nada valesse a merda da minha companhia, você ás vezes até ri das minhas histórias de bêbada. Sim aquele dia você me olhou e sorriu,
diz que é mentira e que me quer


merda já estou aqui humilhando uma migalha de um carinho seu
ao menos me deixe dormir, não tenho para onde ir, não agora.


natalia razuk
ás 4 da manha de uma noite angustiada

porra, a merda da chave

Da minha cama , observo você se levantar e ir embora. Eu sei que você não vai voltar tão cedo, está farto de mim, farto de carregar meu fardo, já se embriagou e me comeu, não, dessa vez você nem ouviu minhas lamurias e minhas indagações, mas já se encheu

eu fico aqui, sem forças pra tentar te segurar, pedir pra tu me abraçar, fico olhando você se afastar, sair sem nem fechar a porta. Procuro algum resto de força dentro desse corpo esculhambado e grito, alto e forte como achei que não conseguisse mais.

Jogue a chave por debaixo da porta, porra.

O próximo passo é chorar. E dormir.

sábado, 20 de outubro de 2007

Preciso limpar a sala, nosso quarto
Principalmente o quarto
[Cheira outro]
Rápido
Tudo tem que estar desenxovalhado para quando você chegar
E aí
O próximo passo é chorar
Deitar
Me entregar
Me esfolar
Está tudo errado
E carrego comigo um peso colossal
babilônico
O de não saber amar
E durmo como um trabalhador braçal
Apesar de ter ficado o dia todo deitada
Tenho um cansaço culpado
Um cansaço regaço

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Se eu pudesse escolher um dom
Queria saber cantar
Ter um puta vozeirão
De negona de blues
Iria me enfiar em um vestido podre de justo
Lilás
De paetês
Usaria um batom vermelho borrado
E ia cantar na noite
Nuns botecos
Só pros malditos, pras fumaças e pras mesas vazias
Pros cornos exaustos
Ia entrar no camarim
Tremer,
Quebrar no espelho meu copo de gim
Procurar cigarros
Fumar as bitucas
Tomar calmantes e sair dirigindo insanamente
Um carro conversível
Mas eu ia ter um puta vozeirão
E um agente que me desse umas porradas
Que me fodesse a força
uma puta de uma voz fodida

Nada disso iria me importar
Eu queria saber cantar
Acho que seria feliz

domingo, 7 de outubro de 2007

A dor é pra quem sente
Quem vê de fora não imagina a merda que ela causa
As minhas dores são maiores que as suas
E causaram durante minha quase balzaquiana vida danos irreparáveis
Me vejo hoje paranoicamente machucada
E querendo que o mundo entenda minha e só minha dor

sábado, 6 de outubro de 2007

meu charme

É charme
É graça
É seu
É tarde
Pode ir



me afogarei na banheira

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

outrem

Aqui estamos de novo sozinhos. Tudo isto é tão lento, tão pesado, tão triste…Logo estarei velho. E então, chegará o fim. Veio tanta gente ao meu quarto. Deixaram tanta coisa e não me disseram nada. Foram embora. Envelheceram, coitados, vagarosamente, cada um no seu canto."


L.F. Céline,

domingo, 30 de setembro de 2007

dor

e mais uma vez a gente brigou
a mesma merda de sempre
álcool
cocaína
e eu quis te matar
você me empurrou

bati e porra da minha cabeça no armário
eu não lembro, caralho
eu não posso bater a porra da minha cabeça
e agora não estou falando de tormentos e sim porque eu sei que você sabe
embora a gente insista em fingir que nada acontece
que eu vivo com uma bomba relógio dentro do caralho da minha cabeça
acordei com dor
uma dor enorme
isso foi ontem de manhã
final da balada
a tal das noites intransponíveis
enfim só ultrapassamos quando você me jogou no armário
tenho dor
e medo agora
você dorme
mas eu sei que não é descaso
é fuga

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

cansaço

Eu, cansaço
Canção de roda
Cantiga de ninar
Eu, todos os cansaços do mundo

Eu, caótica
Catatônica
Caquética
Eu, cama mesa e banho


Eu, comida
Curada
Currada casada
Eu, cansei

sábado, 22 de setembro de 2007

da minha volta

Senhor, livrai-me da norma culta
Adulta
A forma que não insulta
Me libere das métricas perfeitas
E do vocábulo letrado
Deixe me abandonada aos erros ortográficos
Graves descuidos gramaticais
Ao poema livre
Quero entregar-me às palavras de baixo calão
Cultuar o palavrão
Escrever como aqueles que compõem sangrando
Escrevem morrendo
A língua do cais
Do caos
Entrego a merda poemas pueris, infantis
Corrigidos e revisados
Não vou nem passar pelo amor
Quero a vida fudida
A sacanagem
O cheiro de mijo do centro de São Paulo
Nada de versos planos
Retos concretos
Quero a beleza do puta que pariu
Da rima barata
Dos carteados de mesas de bar
Senhor, livrai-me da felicidade





Aos que se alegraram com minha breve morte,
Sinto informa-los que voltei
Mais fértil
Menos sensível
Voltei com a filha da putagem de companhia
E estou aqui
De pernas abertas, esperando ser caceteada

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

do meu cu

Como se não bastassem todas as grandes merdas que têm acontecido na minha amaldiaçada porra de vida, descobri que não sirvo pra nada, não tenho vocação pra coisa alguma, nem pra trabalhar, nem vagabundar numa boa, porque gosto de dinheiro, nem pra ser feliz e menos ainda pra ser triste, não sou nem uma boa bêbada, porque minhas ressacas estão acabando com qualquer resquício de vida inteligente que me sobrava.

Devo ser boa de foda, acho que vou sair por aí fodendo, oferecendo minha boceta a quem quiser a troco de uns míseros reais, que paguem minhas cachaças e minhas anfetaminas, mas nem para isso tenho talento, afinal sou casada, bem casada e apaixonada. Ou seja, nem pra vadia eu sirvo mais.

Minha carreira de boemia não durou nem 10 anos

Charles ia se envergonhar de mim
quem sabe um dia com muito esforço eu consiga virar essas bêbadas que dormem na ruaque acordam e continuam bebendo
que transformam sua vida num eterno beber dormir acordar
assim não perderia tempo com reclamações dos outros
com pessoas ofendidas e carentes
com problemas menores e coisas sem importância

toda minha preocupação seria em beber o que?

uma pinga ou um conhaque barato

um rabo de galo?

quem sabe uma maria mole pra variar

sim esse seria o grande dilema da minha vida

um brinde a esses que vivem sem se importar em agradar

sem fazer questão

vivendo por um gole de pinga e dormindo em papelão

domingo, 9 de setembro de 2007


quando me sinto só
ando pelas ruas desse lugar gigante que às vezes parece ter cinco pequenas quadras
e converso com muros, me embriago com suas histórias
e minha cabeça tomada pelo tormento teima em bater contra eles
fazendo assim a dor física sanar a emocional
costuma funcionar

os muros têm sido minha melhor companhia
meu melhor conselheiro, meu ombro
e se por acaso você encontrar gotas sanguíneas em muros coloridos
não limpe
são as minhas angustias que ficaram grudadas lá
e pelo menos por instantes deixaram de me atormentar

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

A petulância adolescente me impressiona. Essa insolência juvial é irritante.
Esses medíocres seres humanos de 20 anos se dizem cult, moderna alternativas junkies
Garotas com as porras das suas contas pagas pelos pais que geralmente moram no interior do Brasil, e elas com suas drogas compradas com traficantes de luxo, tomando vinho a tarde, e fodendo uma vez ou outra, acham que sabem o que é uma vida na merda, a verdadeira sacanagem que é essa porra de vida e a o cheiro de merda que o centro de São Paulo exala, pra elas isso é glamour. Rock ‘n roll.
Queria saber quantas vezes essas pseudo vadias junkies dormiram na rua e acordam com um qualquer lhe metendo a mão nas suas limpas e cheirosas bocetas, se enfiaram na porra da praça da republica pra fumar pedra, tomaram um fogo de pinga de 2 reais, não elas tomam dramin e acham que se drogam, sofrem por juras de amores feitas por garotos tão classe média quanto elas que e as calhordas cataram num final de noite numa boate da moda. Isso não é sofrer, angustia não vem daí.
A merda da cabecinha de vocês não suportaria um tormento de verdade, a angustia que toma quem se entregou a ela, a ânsia de quem já se afundou tanto, que a lucidez se torna um suplicio.
Vocês têm que comer merda. Chafurdar na lama. Porcas gordas.
Vão foder suas classe media nojentas, foder com gosto, foder porque foder é bom demais, foder com bêbados brochas, porque é isso que se encontra na vida real.
Não tomar um gole de vodka cara com algum desses energéticos misturados.Tomar pinga ate cair no chão, e no real , não é literatura, é foder pra ganhar uma parada de pó, não trepar com seu traficante bonitão num hotelzinho, porque acha que isso transgressão.
Vocês me deprimem.
Wannabes sempre me deprimiram
- Eu sou alternativa, gosto de cinema europeu, bebo e uso drogas no banheiro do clubiznho alternativo da augusta que eu vou, sou locona. Você e a lolita pille.
HELL.
Inferno não é aquele bar na augusta
E não é lugar pra vocês.
Tenho 19 anos e já fodi com 20, inclusive fodi com um cara na praça roosvelt, é um cara mais velho, um bêbado, ele vive lá, deve ter uns 40 anos (eu sou uma piranhona, né) ele escreve, eu também escrevo, tenho um blog e um fotolog super atualizado, onde posto fotos conceituais tiradas por mim (porque eu também adoooro fotografia) em lugares que julgo exóticos. Com a máquina que ganhei do meu pai.
Também faço uns trampos de moda, sou cool.
Argh, pau no cu.
E no fim do mês meu pai paga minhas contas e eu vou pro interior no natal posar de boa moça.
Respeitem a boemia, o cult e a boa vadiagem suas nada, se assumam boas ordinárias.
Isso me enoja.
Me broxa.
Vou beber me juntar aos meus.
Daqui uns anos a gente se encontra, e vocês provavelmente estarão gordas,casadas com bancários, ou empresários, fazendo compras no Iguatemi e contando pras suas amigas como vocês piraram na adolescência.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

que a vida é uma sacanagem de merda, já cansei de dizer
que devo ter nascido pra ser palhaça da humanidade também
que toda a porra e toda miséria sentimental moram em mim
ja berrei por aqui várias vezes

então porque o caralho de uma entidade dada a algum vício não faz algo cacete?


vou me imundar nessa sujeirada que é esse mundo e deixar de ser trouxa
vou foder com a vida de quem me fizer mal


a merda essa porra toda
esse blog
coisa nojenta ter tempo pra blog
que tá lá na merda mesmo
dando o rabo pra neguinho nojento
não tem computador
nem blog
nem porra nenhuma

cansei de berrar aqui
vou berrar pela rua agora

vadia, mas escuta Bowie

Enquanto me arrumava naquela noite, escutava Bowie, escolhia a roupa, e pensava em qual inferno eu iria me meter naquela merda de noite, me meter pra ver se algum merda metia em mim e eu arrumava uma grana pra merda do aluguel, porque puta também paga aluguel. esperava o porra do traficante de merda que até aquela hora não tinha dado sinal de vida nem de morte, ás 09:27 ele ainda não tinha aparecido com minha cocaína.

Puta que pariu, porra de traficantezinho amador, caralho.

Já tinha virado meia garrafa daquele conhaque, quando a porra de telefone tocou, era ele, dizendo que estava enrolado, - é rolou um desmonte aqui no barraco – e pedindo pra eu ficar calminha, que em meia hora ele chegava com aquela bosta e que me daria uma presa boa, Calma, porra!

preciso dar um teco agora, já to bebaça, daqui a pouco to caindo dentro de casa, eu odeio ficar muito bêbada em casa;

resolvi tomar o resto da garrafa.

Quando ele abriu a porta, - o prédio não tem porteiro, e meu apto não tem chave – eu já estava dançando na sala, dançando David Bowie sozinha. Ele me encostou na parede, levantou minha saia, e me enrabou, meteu com tanta força que mesmo depois da garrafa de conhaque, mais duas latas de cerveja que peguei no pé sujo do viado babaca que me come , doeu, gritei e ele puxou meu cabelo e me mandou calar a boca, gozei.

Me botou duas carreiras gordas, depois de gozar no meu cu, disse que essa não sairia da minha parte, Presente porque tu foi boazinha, vadia! Cheirei aquelas merdas e em 15 segundos, minha boca amorteceu, minhas pupilas ficaram quase do tamanho que agora estava meu rabo, e meu fogo curou, pronto, estava ótima, levemente excitada, era hora do inferno começar. Aquela bosta toda do centro, aquele fedor de mijo de crack, essa porra de vida fodida.

Peguei meu pó, enfiei na calcinha porque se porra de tira aparece ainda levo umas porradas e tenho que chupar o pau dos sacanas, pra não ir em cana, dei mais um teco, e desci, tava bonita de doer aquela noite, tinha emagrecido mais uns 3 quilos, e sem pregar o olho há dias, esse aspecto olheiras-magreza-descaso-cansaço me deixava fabulosa.

Sempre deixou.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

da minha morte


Lápide


Aqui jaz
Aqui jazz porra nenhuma.
Aqui rock 'n roll

Natalia Razuk
28/08/07

terça-feira, 28 de agosto de 2007

da onde vejo


eu vejo pela minha janela

os carros voarem

você ir embora

o outro chegar

a vida mudar de cor

e sensações de coisas novas

de novos dias

de novos sabores

de próximos horrores

a maldição se aproxima com toda sua ferocidade

e nem anseio mais por sua volta

não é mais possível te ver daqui

você escapou

saiu pela porta enquanto eu cuidava da janela

foi se meu lirismo e egoismo



eu não saio daqui prefiro a vida pela minha janela

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

do jeito que me digo

sou daquelas bem humanas
Cheia de contradição
No mesmo minuto acho que sim,
No outro tenho certeza que não
Ando pelo mundo, desbundo, confundo
Me imundo
Vou cheirando cores
Comendo amores
Olhando sabores
Tenho cicatrizes na alma,
Marcas no peito e pinturas no corpo
Meu carinho é violento,
Meu amor sedento
A cabeça um tormento
A vida não me ensina
E mesmo sem querer, tudo rima
Do jeito que sou mulher
Sou sua menina
Não tenho medo de nada
Nem macumba nem alma penada
Talvez de mulher mal amada
Mas dessas já sei tratar
É só segurar no cabelo e por a cara pra ralar
Sou metida e
Nada contida
Sou vulcão
Ando na contra mão
E além de tudo não preciso da sua atenção


Adoro poemas assim bem cafonão

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

resposta ao tormento dessa ave

Se meu tormento conseguiu te alucinar
Você que anda fraco
Ou sem história pra contar
A carbamazepina acabou
Não enche, tenta a venflaxina, morfina
E se você achar por aí
Quem sabe heroína
Só não torra meu saco pela porra da minha cocaína
Que nem acabou seu otário
Eu escondi
Sim escondi no armário

Eu não to noiada,
Nem afim de cafeína, um cigarro até aceito
A cocaína começou fazer efeito


Também não quero deixar minha saliva no seu pau
e não seu besta
saliva não é tudo igual
A minha é amarga, tem gosto de cocaína,
Aquele mesmo gosto da sua dourada urina
E se é que você não sabe é culpa é da Tranilcipromina, Mapotrilina, Fluvoxamina ou da Nortriptilina

Depreciativos
Acho que mais para depreciados, desprezados, desacreditados
Desonrados
Sem honra como meu rabo, aquele que você já comeu
Já gozou
E agora vem fingir que mal gostou


E corta minha língua, você sabe que sangue me excita
Molha minha boceta com sangue misturado a saliva
Cospe no cu
Não na minha cara
Que eu piso na sua com meu sapatinho da Daslu

Eu te provoco
E quem gosta é você
Fica aí que nem cachorro querendo me comer

E como homem não tem diário
Faz uma porra de música e escreve
Hoje eu comi aquela puta
Sem vergonha
Ela gozou, que eu sei
Mas o pior
é que eu que me apaixonei

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Tormento por dentro - colaboração de uma ave negra

Tormento por dentro que alucina, acabou,
Foi-se minha última carmabazepina
Carma mesmo, meu copo secou,
Me dá um pouco da sua calma,
Acabou a porra da cocaína, desastre, desastre e desastre

A paranóia vem, cigarro, cafeína, sangue,
Escarro o meu cuspe em você menina,
Abre a boca, não quer um beijo meu?
Saliva é tudo igual
A mesma que jogo na tua boca
E a mesma que você deixa no meu pau.

Antidepressivo o cacete !!!!! prefiro o depreciativo
Um corte na tua língua o gosto do teu sangue,
Me provoca eu sei que você gosta.
Mas cuidado, é o horror, é o horror é o horror.

Tua bolsa Daslu, teu scarpin azul
Eu sei que fundo você sente prazer é me dando.
Me dando o seu rabo, me dando o seu cú,

Vadia sem dono, fica de quatro e cheira toda essa cocaína,
Quero ver o sangue da tua narina,
Tirar o pau do teu rabo esculhambado,
E encher tua boca com a minha dourada urina.

Agora escreve no teu diário, ridículo assim como a vida,
Hoje me fizeram puta e eu gostei
Hoje me fizeram de puta e eu gozei.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

dos auto-boicotes

eu tenho a audácia de passar um dia todo
cavucando na internet algo pra me sacanear
me machucar e foder ainda mais com a minha cabeça

eu definitivamente não tenho vocação para a paz
e odeio me ver feliz

fazendo isso arrumo motivos para maldizer a vida a sorte e o destino

eu nasci cagada
nasci para ser escracho da humanidade

maldição

terça-feira, 14 de agosto de 2007

das merdas que dão errado

só mais uma coisa
que exu é esse que faz tudo desandar

EU SOU FODONA , PORRA
MEU CHARME RESPINGA

as pessoas são loucas pra serem como eu
pra baterem um papinho comigo
pra sentarem na minha mesa
e tomarem um conhaque ouvindo eu destilar meu charme
minha ironia fina
destilar meu veneno
as pessoas me invejam
não invejam?

você me disse que sim, antes da gente sair, porra
- Vão querer morrer, por que você é talentosa , bonita e moderna

Você mentiu?
Disse porque acha, mas só porque é louco por mim?
ou somos os dois loucos de acreditar nisso?


você não mente pra mim, né?

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

dos entendimentos sem palavras

e a vida se repete
em formas repentinas e lindas
das maneiras mais estranhas
dos porres mais homéricos
com as tristezas mais destruídoras
mas nos oferece também situações e pessoas que nos saõ tão absolutamente inacreditávies
que fazem tudo valer a pena
nada parece ser tão cruel quando se tem alguém assim
e esse alguém pra mim é a Mi
a gente vai voltapara e continua
e é tudo incrivelmente igual
melhor, talvez
é um jeito que poucos entendem
mas eu estou aqui pra elasempree ela está para mim
como quase ninguém está para os outros
é mágico


porque nossos fogos ninguém tomou
nossas risadas ninguém deu
nossos planos de vingança nunca foram maquinados por ninguém
e nem executados por nós
mas nos renderam horas de conversas
de criatividade treinada
e de gargalhadas monstruosas

sabe que hoje precisava de você aqui
pra me ajudar em algo que só tu entenderia
só você não acharia que é capricho
e sim uma afronta
uma falta de respeito
uma petulância sem fim
que enfim , eu não precisaria te explicar
você entenderia
e fim

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

mais trechinhos

IV
Vou te acordar e foder com você
Sexo vai me melhorar.
Quando eu gozar e as endorfinas liberadas vão me relaxar, minha dor de cabeça vai passar, vou amolecer, amortecer e dormir.
Te abraço.Você ronca. Profundamente.
Te dou uns beijinhos no pescoço. Você mexe
Beijo sua orelha e você mexe mais.Dou umas lambidas nela, na nuca.
Você geme
Enfio minha mão embaixo da coberta, seguro seu pau, com força.
Você geme alto
Mais
Seu pau fica duro fácil. Você me chama de vadia e me pede pra sentar nele.
- Adoro quando você acorda querendo dar
Fodemos e é uma das melhoras foda da minha vida
Gozei intensamente duas vezes


V

CU não tem acento, fiquei arrasada quando descobri, porque na minha infância adorava soletrar CU.
C U acento agudo no U. Oxítonas terminadas em U e I não têm acento. É a regra.
Falando em CU, hoje (ontem) fui negociar minha dívida na CeA, não sei o que comprei, não acho nada no meu armário de lá, umas duas calcinhas e uma blusa. Mas isso não da 414 reais e quatrocentão pra CeA, é muito.


VI
É a porra da sibutramina que ta tirando meu sono. Filha da puta. A fome que ela deveria tirar, não tirou, comi um monte hoje. E fiquei sem sono. Que maravilha!

do post anterior

Esses são trechos soltos do livro que estou acabando, que não vão fazer sentido nenhum.
Na verdade nem o livro inteiro faz sentido, não esperem um grande roteiro, nem um final emocionante, nem discussões filosóficas.
São pensamentos de noites sem dormir, bobagens pensadas em filas de espera, em bares, depois de fodas, ruins e boas, enfim essas merdas que passam na cabeça de qualquer um

dos trechos de um quase livro

I
Minha cabeça não para
Pensa, pensa, pensa
Problemas, maneiras, soluções, dias, as horas estão passando
Vai amanhecer
Pensando, tentando, fazendo, negociando
[e você aqui ao lado, roncando, rosnando, fazendo barulhos cada vez mais estranhos. E altos]


II
A conta, a acortina do apartamento novo, o edredom.
Os cheques que caíram, que vão cair.
O dinheiro que não tem.
O regime que furei, a academia que faltei, a pós.
Preciso de um emprego decente,Hoje.
Preciso cansar. Cansar a mente. O corpo.
Pra ver se durmo
Cabeça rodando, virando, girando.Doendo.


III
To com fome. Ou é sede? Ou vontade de ir ao banheiro.
A rua está barulhenta hoje.
É que já é quinta, as pessoas começam a sair mesmo.
Deve estar boa a noite. Em São Paulo a noite é sempre boa.
Amanhã quero tomar uma cerveja gelada. Lá no centro. Uma não. Quero várias. Quero tomar um fogo, eu mereço. Cair na noite, dar uns tecos, dançar até.
Mas antes tenho que comprar uma geladeira no pregão da São João.(que rima cafona, mas não foi proposital, o lugar chama-se pregão e fica na Avenida São João, fazer o que?) a avenida daquela música que todo mundo conhece.Mas é um pouco depois do cruzamento o lugar que vou.
Aí não vou ter dinheiro.
Não vou sair, nem tomar fogo, nem dançar.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Remédios. Por que não?

Sofro de uma séria patologia. Sou tarada; sim é isso mesmo. Tenho tara por revistas e afins, pode ser qualquer publicação, de qualquer ano, sobre qualquer assunto (tirando as de informática que só leio quando entro em síndrome de abstinência), mas enfim, ontem estava lendo uma revista ELLE, novinha mês de agosto, e folha vai folha vem me deparo com situações engraçadas, primeiro, a ordem agora (porque quando se trata de moda a palavra é ordem, foda-se seu corpo, seu biotipo, seu saldo bancário) é ordem, é tendência, é cool, saco, mas a ordem é, esqueça o visual femme fatale (????) e roupas justas o bacana agora é balonê, é aquele mesmo, dos anos 80, eu que fui criança nessa época lembro de uma saia jeans balonê que eu tinha e achava o máximo, é claro que agora é diferente, a tal da releitura sacou? Volume é isso que é pra usar, todo mundo metidos em saias e vestidos com rodados, godês, não, não importa se você tem 1,48metros e pesa 62 quilos A ORDEM É ESSA, POMBAS, ou você tem, uma no armário ou ta por fora (assim como essa expressão, ta por fora), afinal todo mundo gosta de moda. Não gosta?
Continuei a folhar a revista que me mostrou todas as tendências, inclusive me deu dicas incríveis de lugares, lojas, restaurantes que algumas “pessoas bacanas” vão, um lugarzinho incríiiiivel, um achado, que tem uma salada de queijo de cabra com figo, nossa um luxo, pequeninho sabe, tipo “ninguém descobriu ainda” e os ninguém somos nós, pessoas não tão modernas assim, pessoas que não ditam moda, nem são formadoras de opinião.
Não, não sou contra o mercado de luxo, muito pelo contrário, acho que ele está aí sim, que existe público pra isso e que realmente é legal, eu fiz faculdade de moda, adoro uma roupa boa, um jeans legal, uma sapatilha Prada, cortar meu cabelo com aquele cabeleireiro fabuloso que mesmo me cobrado três salários mínimos vai mudar minha vida, (sim, cabelo muda a vida, o humor a cara e até a forma de ver o mundo) conhecer bistrozinhos bacanas, com comidinhas deliciosas, garimpar revistas (meu ponto fraquíssimo e aonde vai boa parte do meu dinheiro) em bancas legais em Higienópolis, acho interessante saber onde se encontra o que é bom, estou longe, mas longe mesmo de achar o fim quem gasta 15 mil em uma bolsa, a bolsa é linda, você tem grana, compra mesmo, eu compraria, o que me incomoda é a ditadura, ou você vai lá, ou você usa volume no próximo verão, ou então tu ta por fora. Isso não é legal. Isso não é aceitável, quem tem corpo pra isso usa, quem tem grana pra ir nesses lugares vai, mas isso existe a possibilidade de ser legal e moderna, cult e interessante sem necessariamente cumprir essas ordens.
Mas quando comecei escrever isso aqui não era nada disso que queria falar, sei que folheando a revista, me deparei com uma matéria que foi a glória, enfim alguém me entendeu, alguém me deu razão. A matéria chama “QUE DOR QUE NADA” e começa com a sabia frase, “esqueça o velho conselho de que é preciso ser forte e agüentar firme. Houve uma reviravolta na abordagem desse sintoma. A tendência hoje é tratar logo e, sempre que possível prevenir”. Brilhante meu deus! Tem mais “Até pouco atrás ninguém dava real importância a dor... hoje os profissionais antenados não menosprezam esse sinal de alerta, que adquiriu o status de quinto sinal vital”.
Finalmente as pessoas chegaram a essa conclusão, que sem querer parecer arrogante, pra mim sempre foi óbvia, dor não é normal, sentir dor não é legal, o corpo ta reclamando, ta dizendo que tem alguma coisa errada, que você abusou, que pode ter algo sem funcionar direito, será que é tão difícil entender que sentir dor não é natural?
E, pra que agüentar, ser forte, qual o motivo da resistência em tomar remédios? Pra mim isso é um ranço natureba anos 70, que de saudável não tem nada, maconha é legal, analgésico não. Vão à merda, ok? Chás de cogumelo, ácidos lisérgicos, isso pode, mas uma porra de um opiáceo (a única substância capaz de aliviar as dores de um câncer, por exemplo), ou de um antidepressivo para aliviar dores psíquicas e tormentos mentais que às vezes param a vida de uma pessoa não pode. Convenhamos é no mínimo incoerente. Sim acredito que auto conhecimento, terapias, e o caralho ajudem que dores podem ter fundos emocionais, mas até pra isso existe remédio sabia? Os tais foram feitos para melhorar qualidade de vida, ou alguém imagina o que é uma dor de cabeça que pode durar dias, uma cólica menstrual tão forte que você mal consegue trabalhar, exercer funções simples dia a dia. Algumas pessoas param completamente de viver por causa de doenças mentais, que com médico e as drogas certas poderiam ser sanados.
Que fique claro isso não é uma ode ao uso indiscriminado de medicação, pra fim nenhum, é sim uma indignação. Antes até é uma questão. Qual o mal em tomar remédio quando se sente dor? Não colocar substâncias químicas no corpo, ok, então que também não bebam, não fumem, não comam alimentos com agrotóxicos, é pra testar os limites do corpo, até onde você é capaz de suportar uma dor?
O melhor mesmo seria termos uma vida, alimentação, e corpo tão saudáveis que dores não existiriam nunca, mas sabemos que não é assim que a banda toca, então...
Pra mim isso é ignorância uma ignorância meio masoquista. Ninguém precisa sentir dor, ninguém quer sentir dor.
Um viva aos analgésicos e aos meus antidepressivos que me fazem continuar aqui.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

da não razão

não é pra ter sentido, nem rima, nem razão
são pensamentos cortados, surtados e corridos
alívios e tormentos
correrias
tentativas frustadas de ser feliz

não encosta

sábado, 28 de julho de 2007


dos seus pés

Lembro-me com exatidão da primeira vez que observei seus pés
Estávamos na cama
acabado de foder
Uma foda boa
Quente, suada
Quando você saiu de dentro de mim
Levantou-se e foi até a geladeira
Você descoberto, exposto
eu poderia reparar qualquer parte daquela nudez
Mas olhei os pés
Firmes fortes, porém finos
[nobres, segundo definição sua, dita bem depois]
Não sei se foi o pé ou o pisar
Mas foi seguro, confiante, convicto
Seu alicerce
Minha segurança


O tempo passou e continuo encantada com eles
Eles me surpreendem diariamente
Sinto-me protegida com eles
Sei que não vou cair

das dores infernais

se todas as dores do mundo se encontrassem e resolvessem morar juntas
com certeza elas escolheriam meu corpo

primeiro porque muitas delas já estão aqui, fazendo a festa, fodendo
é um lugar divertido, e a proprietária oferece inúmeras condições de crescimento a cada um que chega.
veja só, a angústia quando chegou, era pequena, nunca vista, passava até desapercebida.
Hoje reina triunfante em minha cabeça
a tristeza o pesar e a desgraça gabam-se por ocuparem uma posiçao de destaque, são importantes, quase autoridades
o desgosto e o dissabor se vangloriam por terem conseguido amarrar uma vida


sim, fiz todos crescerem
são hoje, mais que dores ou sensações
são os donos, comandantes e reis da minha ex vida

portanto deixo aqui o convite
você qualquer tipo de tormento, dor, amargura, azedume
venha
ofereço a vocês meu corpo, minha alma e uma mente já destruída

terça-feira, 24 de julho de 2007

dos quase surtos

sim, quase surtei hoje
de novo
daqueles de camisa de força e clínica
e homens grandes tentando segurar
e remédios fortes na veia


mas dessa vez, não foi divertido


até quando?




::::cuidado, fui declarada patologicamente insana hoje:::::

segunda-feira, 23 de julho de 2007

dos desalentos

não sei quantas vezes eu disse isso
tô cansada
debilitada
desanimada

não sou se sou eu que tenho cansaço
ou se ele que me tem



talvez eu desita hoje

das lembranças da infância

quando tinha 9 anos
10 no máximo eu tinha uma gangue


"tropa de choque"


tínhamos camisetas rosas com cassetetes

eu era a líder, claro
apesar de ser a mais nova
sempre fui a mais mandona


continuo sendo assim meio mandona
inquisitora
autoritária

mas não pedirei desculpas por isso
quem quiser que conviva comigo
quem não queriser que se foda e ponto


mas voltando a tropa de acho que
escrevi isso porque recebi no meu orkut

(sim eu tenho é lotado e eu adoro)
um testemunho que me lembrou infância


e suspresa eu era feliz

está aqui



Para os outros ela é a Miss Doll, cheia de atitude, animada, maravilhosa. Para mim ela é e sempre será aquela menininha de cabelos castanhos que dizia no café-da-manhã na cozinha da casa dela que café preto não faz mal. "Meu pai disse que não faz, ele é médico", afirmava confiante. Depois disso íamos rumo ao colégio todas as manhãs por um comprido corredor lateral daquela casa. Ela ajudou a me ensinar a nadar em uma piscina de azulejos azuis escuros, me ensinou a andar de bicicleta na varanda da churrasqueira com uma Ceci de cestinha e ficava sempre atenta para nunca esbarrarmos na estátua entre a varanda da casa e a piscina. É isso aí miss Tropa de Choque, acho que ainda somos aquelas crianças felizes, com brincadeiras nem mais nem menos divertidas, apenas diferentes. Você sempre será a menininha de cabelos castanhos que eu sempre adorei! Espero que sejamos sempre crianças a correr pelo jardim sem esbarrar na estátua cinza de uma mulher quase nua. Te adoro hoje e sempre.

domingo, 22 de julho de 2007

das observações sobre mim

as vezes eu me observo
as vezes, só (tenho pavor de gente que sabe tudo sobre si mesmo)
mas quando observo noto coisas que não precisava

eu não gosto de estar com ninguém
gosto só quando preciso
quando é vontade minha
pra diversão
do contrário sou chata e mal humorada


não gosto de ouvir reclamações alheias
não gosto de conversas demoradas sobre foras tomados
sobre dores de outrem
não dou opinião
e não permito palpite na minha vida
acho um saco


das minhas mazelas cuido eu
então cada um que se resolva com as suas


não sou uma boa amiga
não, não sou


sou egoísta
mas isso eu já sabia

apesar de que agora notei, sou muito mais egoísta do quanto eu achava aceitável

talvez as pessoas se cansem das minhas sumidas e das minhas desculpas
talvez eu fique sozinha
talvez não me sobre ninguém
talvez eu ache isso bom
talvez

sábado, 21 de julho de 2007

das minhas comidas

sim sou bem alimentada
me nutro de formas inesperadas
de alimentos improváveis



minha insanidade me alimenta
e o delírio, minha sustância


me alimento de você
tirando de ti tudo que possa me servir


devoro te
consumo seu mel
absorvo o fel
tua força
me embriago de teu sangue
até te exaurir, esgotar, ressecar


até nada de restar
isso para você ter que vir buscar em mim algo que te sustentará


[será que você morre e não vem?]

dos dias de ressaca

estou acorrentada a toda forma de sofrimento
sempre foi assim
não sei que mal se apodereou da minha pessoa
nem se estou pagando algum tipo de penitência


[será que fiz mal a alguém?]



até uma ressaca
para mim parece muito pior


foram só umns conhaques
algumas carreiras de cocaína ruim


e hoje o mundo parace desabar na minha cabeça


ainda bem que tenho você comigo
de certa forma alivia tanta atormentação


me acorrentei a você
te fiz apoio


entreguei a ti essa doce tortura de viver ao meu lado

obrigada

quinta-feira, 19 de julho de 2007

do dia de hoje

se todos os dias fossem como hoje
até que seria fácil


acho que aquela incômoda e incessante sensação de calvário repousa
talvez seja porque acordei cedo
o tormento dorme ainda


psiu
silêncio


ele agora já já
e eu não tenho para onde ir

terça-feira, 17 de julho de 2007

das angustias de sexta feira



Uma tarde típica de inverno, céu azul sombra fria,
sexta feira sem intenção nenhuma
O final de semana estava aí
nquanto caminhava para casa, ia matutando o quanto é importuna, essa obrigação de prazer


como se fosse ordem



Está decretado
Todos para a esbórnia, badalações
Você tem que se divertir
Muito, no mínimo



eu só queria dormir



Tive uma semana sacal, uma balada errada na terça, e nenhum dinheiro no banco
E foi no meio desses milhões de pensamentos que você surgiu
A mesma aparência, aquela fisionomia sempre tão familiar
Aquele seu quase sorriso, seu jeito de quase feliz
e nisso um cheiro invadiu meu caminho
era o mesmo aroma,
foi me tomando brutalmente
Incontrolável ingovernável irrefreável
Aquele odor cinza, poluído, doente
O bálsamo do seu sexo
No mesmo instante fui assaltada por aflição, agonia, amargura, e angústia
Lembrei-me que esse perfume que um dia me trouxe vida
Também quase me matou
As recordações, mais que reais eram tangíveis, tocáveis
Saí correndo
Corri para casa [com aquelas sacolas horrorosas do pão-de-açucar]
Corri como se fosse pra fugir das lembranças
Como se pudesse inodorizar o mundo




[merda, eu sabia que essa semana ia ser péssima]




Tranquei-me no quarto e chorei
Chorei por horas
Chorei,pelo amor perdido,
Pelos sonhos desfeitos,
Pelo tempo que passou,
Pelos homens que não conheci
Pelos porres que não tomei, pelos que tomei
Por saber que durante toda minha vida, só fiz o errado, até quando queria fazer o certo.
Chorei porque a dor que já fazia parte de mim
Parecia crescer sem parar



Chorei chorei chorei
[e sim, fiquei com dó de mim]


Tenho chorado tanto ultimamente


Mas a música acabou, garota
Ninguém mais canta minha dor
E é hora da novela.



E quem sabe
parar de drama e me decorar,
Afinal é sexta feira e você tem que vadiar

segunda-feira, 16 de julho de 2007

dos cs dos ds e dos es


Corrói-me

Consome

Cega



Destrói-me

Desfaz

Devasta


Enlouqueço-me

Endoido

Ensandece



Cansado, ciúme demente

Desvairado

Encheu-se, (me) escapas



domingo, 15 de julho de 2007

das realidades




Finalmente você se foi

Alívio

Ao ouvir a chave girar

Sinto que retomei as rédeas




Muito bem garota, agora sou eu e você


...

Logo depois, finda-se a graça
Uma incontrolável vontade de chorar


sei que você me perderá numa esquina
num olhar
em um boteco qualquer


Depois de muito segurar
Desisto e Deixo o pranto me tomar
Até cansar e dormir
Desmaiar


sonhar que quando acordar você estará de volta



Não estava



....................


nesse mundo dito real
deduzo que a única verdade que conheço
é a dor
que me aperta o peito


Sua presença é sempre assim tão palpável
Sua presença e a ausência de mim

Já é quase dia
Mas pouco me importa
Eu não amanheço mais

sexta-feira, 6 de julho de 2007

do silêncio

Eu,
Fico com o silencio
Aquele que se esconde entre as palavras

o silencio de quando precisa-se fugir de si mesmo
calar a boca pra tentar emudecer o pensamento

quarta-feira, 4 de julho de 2007

dos desenlouquecimentos


[hoje eu acordei feliz
e agora?]


desfez-se
está acabado
levantei-me e já nenhuma memória
nada de angustia
amargura,
sem agonia sem aflição
talvez até um pouco de paz


desenlouqueci?

cadê você que já não vejo mais?

...

[merda,
e agora?]


eu gostava daquilo
faziam-me companhia aqueles desatinos todos
eu me acostumei com aquilo
devaneios e delírios


medo medo medo
volta


nem sei se foi real
ou se foi tudo fruto de uma imaginação fértil e doente
mas era meu
e não podia ser tirado de mim assim

[será que nem minhas sandices me toleram mais?]


só sei que me acostumei
gostava daquilo


desenlouqueci
e isso não esta me parecendo bom




[hoje eu acordei em paz
e agora?]









quarta-feira, 27 de junho de 2007

das noites mal dormidas




Não consegui dormir
Mais uma noite
Mais uma e não será a última
Mais uma das milhões que ainda virão
Levantei da porra da cama há 2 horas
E já chorei,
Duas vezes

Alguma coisa está errada
cacete

Alguma coisa acontece na minha cabeça
já declarada incurável, insuprível, irremediável, insanável
Escrevo e choro
Um texto bobo e ruim
Que me faz esgoelar
Será que todo mundo é assim?

Ou alguns são escolhidos para serem palhaços da humanidade?
E já que é pra ser clichê
Vou ouvir um blues
Tomar uma garrafa de gim
Duas, alias
Por que como diz o sábio, o diabo


Pra me deixar legal
Só uma dose dupla desse mal.





Por você que não me lê mais




segunda-feira, 25 de junho de 2007

das pegadas


Se eu te pego
Te enrosco
Te amarro
No ato
Te amo te deito
Te mato
(how clichê!)
Te duvido, te uso
Lambuzo
Te amo
me assanho te solto
(sem saber o porquê)
Te falo
Te conto me conta
te guio
te instruo
te mudo
eu mudo
te fumo
te bebo te cheiro
te gosto
te mostro
doutrino
te arrependo
te volto no tempo
te desculpo
me perdoo
te dou
me fodo
copulo
me emprenho
te atormento
me escapas

mas isso se eu te pego


Pra aquele que me lê todo dia

domingo, 24 de junho de 2007

dos pensamentos de solidão


Vem aqui, senta ao meu lado

Então vem, coloca sua mão sobre a minha

Não repare, mas as minhas estão tremulas

Estou nervosa esses dias, só

A solidão tem me acompanhado

Tenho tido por companhia, meu gato, bichano mesmo

o meu cigarro e conhaque

Nos dias piores, meus calmantes

Vem aqui
Me dá de beber
Me dá de beijar

Então se ajeita aqui
Ao me lado
Deixa eu me aninhar

Me esquentar
Me esfregar

Preciso saber que não morri

Sentir que não sequei

Que ainda resta algo em mim

Que meu sangue não evaporou, não escoou

Já tive medo
Achei que morreria
Senti solidão

Desespero

Agora não

mas

Minha inteligência e
Qualquer resquício de raciocínio lógico sumiu

Estou aqui

E a única vontade que tenho é de você aqui comigo

Ainda que só nas linhas do meu caderno



Acabou meu conhaque

dá meu ultimo cigarro

e um remédio pra dormir

sexta-feira, 22 de junho de 2007


das dores

tenho guardado dentro de mim
toda dor do mundo,
o néctar do que existe do mais amargo
o tormento e a ira
veneno
imagens caóticas
o desalinho desarranjo o desassossego
pesadelos babélicos
confusão
tenho guardado dentro de mim o maior amor do mundo

das partidas


[Desde que você se foi

Sou dor e desamor

Silencio e confusão

descoloração

Morte sem vida e sem Severina]




Acho que desde que você se foi

Não sou,fui

segunda-feira, 18 de junho de 2007

das verdades


Pra dizer a verdade

Era tudo mentira

tudo

o cheiro

a pele

o amasso


Pra dizer a verdade

a verdade mesmo

a gente nunca se amou

nunca tivemos noites intermináveis

nem abraços infinitos

era tudo mentira

mas



Pra dizer a verdadeverdadeira

só a verdade

nada daquilo foi real

acreditamos nas mentiras que nós inventávamos

nunca houve nós



::gosto de nós::



Pra dizer a verdade

Nunca achamos que existisse no mundo

Duas pessoas tão maquiavelicamente iguais

Mas existem

Ah, existem



Criamos um mundo

Construímos um castelo

Cultivamos o ódio (o que talvez, pensávamos ser amor)

Conquistamos má fama



Arquitetamos enredos

Amontoamos conversar

Armamos casamento


Pra que?



Acabamos sozinhos



Pra você que me lê e é de verdade