sexta-feira, 10 de agosto de 2007

dos trechos de um quase livro

I
Minha cabeça não para
Pensa, pensa, pensa
Problemas, maneiras, soluções, dias, as horas estão passando
Vai amanhecer
Pensando, tentando, fazendo, negociando
[e você aqui ao lado, roncando, rosnando, fazendo barulhos cada vez mais estranhos. E altos]


II
A conta, a acortina do apartamento novo, o edredom.
Os cheques que caíram, que vão cair.
O dinheiro que não tem.
O regime que furei, a academia que faltei, a pós.
Preciso de um emprego decente,Hoje.
Preciso cansar. Cansar a mente. O corpo.
Pra ver se durmo
Cabeça rodando, virando, girando.Doendo.


III
To com fome. Ou é sede? Ou vontade de ir ao banheiro.
A rua está barulhenta hoje.
É que já é quinta, as pessoas começam a sair mesmo.
Deve estar boa a noite. Em São Paulo a noite é sempre boa.
Amanhã quero tomar uma cerveja gelada. Lá no centro. Uma não. Quero várias. Quero tomar um fogo, eu mereço. Cair na noite, dar uns tecos, dançar até.
Mas antes tenho que comprar uma geladeira no pregão da São João.(que rima cafona, mas não foi proposital, o lugar chama-se pregão e fica na Avenida São João, fazer o que?) a avenida daquela música que todo mundo conhece.Mas é um pouco depois do cruzamento o lugar que vou.
Aí não vou ter dinheiro.
Não vou sair, nem tomar fogo, nem dançar.

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