sexta-feira, 19 de março de 2010

caçadores



Tenho galgado lágrimas tentando conseguir profundidade
A espera de algo de ar
tapando as arestas que bloqueiam o que me sobrou dos sonhos seus,
emboscando os olhos que me habitavam em busca de outro
de discordantes desvarios caçadores daquilo que me destruiu

-são traseiros transitórios, me disse um dia

-otario, nunca inventarão amor como o meu.

*imagem helmut newton

terça-feira, 16 de março de 2010

incompletude

Pense em grandiosas soluções antes de adormecer,
Louise
Consulte suas xícaras, arranhe seu Frances, vista-se de amarelo.
Procure não sonhar
Repita insistentemente aquele mantra
Respire
Reveja valores


Larguei noites inteiras pela metade
Livros nem começados me ensinaram mais que a opressão das cores sentidas
Saltei dentro de buracos cheios, salas vazias, mentiras agudas
E os males que me fazem companhia,
palavras dobradas e frases incompletas

terça-feira, 9 de março de 2010

não sei dar nomes as coisas


Uma esfera de espinhos entala minha garganta
Flamejando
A janela entreaberta ferve aquela noite maldita
E eu sempre fui a que não dorme
Ardo meus castanhos olhos cansados
Tempos outros, maquiaria os ardidos olhos,
vestiria de plumas minha dor
tomaria danças ao sons dos goles intensos e fortes de seus braços mornos

furiosamente só
Arrepiando sonhos que não são meus,
nada me alivia ...
...

Sou meu próprio funesto pesadelo



...


Permaneço na calada verborrágica da noite