quarta-feira, 29 de agosto de 2007

da minha morte


Lápide


Aqui jaz
Aqui jazz porra nenhuma.
Aqui rock 'n roll

Natalia Razuk
28/08/07

terça-feira, 28 de agosto de 2007

da onde vejo


eu vejo pela minha janela

os carros voarem

você ir embora

o outro chegar

a vida mudar de cor

e sensações de coisas novas

de novos dias

de novos sabores

de próximos horrores

a maldição se aproxima com toda sua ferocidade

e nem anseio mais por sua volta

não é mais possível te ver daqui

você escapou

saiu pela porta enquanto eu cuidava da janela

foi se meu lirismo e egoismo



eu não saio daqui prefiro a vida pela minha janela

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

do jeito que me digo

sou daquelas bem humanas
Cheia de contradição
No mesmo minuto acho que sim,
No outro tenho certeza que não
Ando pelo mundo, desbundo, confundo
Me imundo
Vou cheirando cores
Comendo amores
Olhando sabores
Tenho cicatrizes na alma,
Marcas no peito e pinturas no corpo
Meu carinho é violento,
Meu amor sedento
A cabeça um tormento
A vida não me ensina
E mesmo sem querer, tudo rima
Do jeito que sou mulher
Sou sua menina
Não tenho medo de nada
Nem macumba nem alma penada
Talvez de mulher mal amada
Mas dessas já sei tratar
É só segurar no cabelo e por a cara pra ralar
Sou metida e
Nada contida
Sou vulcão
Ando na contra mão
E além de tudo não preciso da sua atenção


Adoro poemas assim bem cafonão

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

resposta ao tormento dessa ave

Se meu tormento conseguiu te alucinar
Você que anda fraco
Ou sem história pra contar
A carbamazepina acabou
Não enche, tenta a venflaxina, morfina
E se você achar por aí
Quem sabe heroína
Só não torra meu saco pela porra da minha cocaína
Que nem acabou seu otário
Eu escondi
Sim escondi no armário

Eu não to noiada,
Nem afim de cafeína, um cigarro até aceito
A cocaína começou fazer efeito


Também não quero deixar minha saliva no seu pau
e não seu besta
saliva não é tudo igual
A minha é amarga, tem gosto de cocaína,
Aquele mesmo gosto da sua dourada urina
E se é que você não sabe é culpa é da Tranilcipromina, Mapotrilina, Fluvoxamina ou da Nortriptilina

Depreciativos
Acho que mais para depreciados, desprezados, desacreditados
Desonrados
Sem honra como meu rabo, aquele que você já comeu
Já gozou
E agora vem fingir que mal gostou


E corta minha língua, você sabe que sangue me excita
Molha minha boceta com sangue misturado a saliva
Cospe no cu
Não na minha cara
Que eu piso na sua com meu sapatinho da Daslu

Eu te provoco
E quem gosta é você
Fica aí que nem cachorro querendo me comer

E como homem não tem diário
Faz uma porra de música e escreve
Hoje eu comi aquela puta
Sem vergonha
Ela gozou, que eu sei
Mas o pior
é que eu que me apaixonei

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Tormento por dentro - colaboração de uma ave negra

Tormento por dentro que alucina, acabou,
Foi-se minha última carmabazepina
Carma mesmo, meu copo secou,
Me dá um pouco da sua calma,
Acabou a porra da cocaína, desastre, desastre e desastre

A paranóia vem, cigarro, cafeína, sangue,
Escarro o meu cuspe em você menina,
Abre a boca, não quer um beijo meu?
Saliva é tudo igual
A mesma que jogo na tua boca
E a mesma que você deixa no meu pau.

Antidepressivo o cacete !!!!! prefiro o depreciativo
Um corte na tua língua o gosto do teu sangue,
Me provoca eu sei que você gosta.
Mas cuidado, é o horror, é o horror é o horror.

Tua bolsa Daslu, teu scarpin azul
Eu sei que fundo você sente prazer é me dando.
Me dando o seu rabo, me dando o seu cú,

Vadia sem dono, fica de quatro e cheira toda essa cocaína,
Quero ver o sangue da tua narina,
Tirar o pau do teu rabo esculhambado,
E encher tua boca com a minha dourada urina.

Agora escreve no teu diário, ridículo assim como a vida,
Hoje me fizeram puta e eu gostei
Hoje me fizeram de puta e eu gozei.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

dos auto-boicotes

eu tenho a audácia de passar um dia todo
cavucando na internet algo pra me sacanear
me machucar e foder ainda mais com a minha cabeça

eu definitivamente não tenho vocação para a paz
e odeio me ver feliz

fazendo isso arrumo motivos para maldizer a vida a sorte e o destino

eu nasci cagada
nasci para ser escracho da humanidade

maldição

terça-feira, 14 de agosto de 2007

das merdas que dão errado

só mais uma coisa
que exu é esse que faz tudo desandar

EU SOU FODONA , PORRA
MEU CHARME RESPINGA

as pessoas são loucas pra serem como eu
pra baterem um papinho comigo
pra sentarem na minha mesa
e tomarem um conhaque ouvindo eu destilar meu charme
minha ironia fina
destilar meu veneno
as pessoas me invejam
não invejam?

você me disse que sim, antes da gente sair, porra
- Vão querer morrer, por que você é talentosa , bonita e moderna

Você mentiu?
Disse porque acha, mas só porque é louco por mim?
ou somos os dois loucos de acreditar nisso?


você não mente pra mim, né?

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

dos entendimentos sem palavras

e a vida se repete
em formas repentinas e lindas
das maneiras mais estranhas
dos porres mais homéricos
com as tristezas mais destruídoras
mas nos oferece também situações e pessoas que nos saõ tão absolutamente inacreditávies
que fazem tudo valer a pena
nada parece ser tão cruel quando se tem alguém assim
e esse alguém pra mim é a Mi
a gente vai voltapara e continua
e é tudo incrivelmente igual
melhor, talvez
é um jeito que poucos entendem
mas eu estou aqui pra elasempree ela está para mim
como quase ninguém está para os outros
é mágico


porque nossos fogos ninguém tomou
nossas risadas ninguém deu
nossos planos de vingança nunca foram maquinados por ninguém
e nem executados por nós
mas nos renderam horas de conversas
de criatividade treinada
e de gargalhadas monstruosas

sabe que hoje precisava de você aqui
pra me ajudar em algo que só tu entenderia
só você não acharia que é capricho
e sim uma afronta
uma falta de respeito
uma petulância sem fim
que enfim , eu não precisaria te explicar
você entenderia
e fim

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

mais trechinhos

IV
Vou te acordar e foder com você
Sexo vai me melhorar.
Quando eu gozar e as endorfinas liberadas vão me relaxar, minha dor de cabeça vai passar, vou amolecer, amortecer e dormir.
Te abraço.Você ronca. Profundamente.
Te dou uns beijinhos no pescoço. Você mexe
Beijo sua orelha e você mexe mais.Dou umas lambidas nela, na nuca.
Você geme
Enfio minha mão embaixo da coberta, seguro seu pau, com força.
Você geme alto
Mais
Seu pau fica duro fácil. Você me chama de vadia e me pede pra sentar nele.
- Adoro quando você acorda querendo dar
Fodemos e é uma das melhoras foda da minha vida
Gozei intensamente duas vezes


V

CU não tem acento, fiquei arrasada quando descobri, porque na minha infância adorava soletrar CU.
C U acento agudo no U. Oxítonas terminadas em U e I não têm acento. É a regra.
Falando em CU, hoje (ontem) fui negociar minha dívida na CeA, não sei o que comprei, não acho nada no meu armário de lá, umas duas calcinhas e uma blusa. Mas isso não da 414 reais e quatrocentão pra CeA, é muito.


VI
É a porra da sibutramina que ta tirando meu sono. Filha da puta. A fome que ela deveria tirar, não tirou, comi um monte hoje. E fiquei sem sono. Que maravilha!

do post anterior

Esses são trechos soltos do livro que estou acabando, que não vão fazer sentido nenhum.
Na verdade nem o livro inteiro faz sentido, não esperem um grande roteiro, nem um final emocionante, nem discussões filosóficas.
São pensamentos de noites sem dormir, bobagens pensadas em filas de espera, em bares, depois de fodas, ruins e boas, enfim essas merdas que passam na cabeça de qualquer um

dos trechos de um quase livro

I
Minha cabeça não para
Pensa, pensa, pensa
Problemas, maneiras, soluções, dias, as horas estão passando
Vai amanhecer
Pensando, tentando, fazendo, negociando
[e você aqui ao lado, roncando, rosnando, fazendo barulhos cada vez mais estranhos. E altos]


II
A conta, a acortina do apartamento novo, o edredom.
Os cheques que caíram, que vão cair.
O dinheiro que não tem.
O regime que furei, a academia que faltei, a pós.
Preciso de um emprego decente,Hoje.
Preciso cansar. Cansar a mente. O corpo.
Pra ver se durmo
Cabeça rodando, virando, girando.Doendo.


III
To com fome. Ou é sede? Ou vontade de ir ao banheiro.
A rua está barulhenta hoje.
É que já é quinta, as pessoas começam a sair mesmo.
Deve estar boa a noite. Em São Paulo a noite é sempre boa.
Amanhã quero tomar uma cerveja gelada. Lá no centro. Uma não. Quero várias. Quero tomar um fogo, eu mereço. Cair na noite, dar uns tecos, dançar até.
Mas antes tenho que comprar uma geladeira no pregão da São João.(que rima cafona, mas não foi proposital, o lugar chama-se pregão e fica na Avenida São João, fazer o que?) a avenida daquela música que todo mundo conhece.Mas é um pouco depois do cruzamento o lugar que vou.
Aí não vou ter dinheiro.
Não vou sair, nem tomar fogo, nem dançar.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Remédios. Por que não?

Sofro de uma séria patologia. Sou tarada; sim é isso mesmo. Tenho tara por revistas e afins, pode ser qualquer publicação, de qualquer ano, sobre qualquer assunto (tirando as de informática que só leio quando entro em síndrome de abstinência), mas enfim, ontem estava lendo uma revista ELLE, novinha mês de agosto, e folha vai folha vem me deparo com situações engraçadas, primeiro, a ordem agora (porque quando se trata de moda a palavra é ordem, foda-se seu corpo, seu biotipo, seu saldo bancário) é ordem, é tendência, é cool, saco, mas a ordem é, esqueça o visual femme fatale (????) e roupas justas o bacana agora é balonê, é aquele mesmo, dos anos 80, eu que fui criança nessa época lembro de uma saia jeans balonê que eu tinha e achava o máximo, é claro que agora é diferente, a tal da releitura sacou? Volume é isso que é pra usar, todo mundo metidos em saias e vestidos com rodados, godês, não, não importa se você tem 1,48metros e pesa 62 quilos A ORDEM É ESSA, POMBAS, ou você tem, uma no armário ou ta por fora (assim como essa expressão, ta por fora), afinal todo mundo gosta de moda. Não gosta?
Continuei a folhar a revista que me mostrou todas as tendências, inclusive me deu dicas incríveis de lugares, lojas, restaurantes que algumas “pessoas bacanas” vão, um lugarzinho incríiiiivel, um achado, que tem uma salada de queijo de cabra com figo, nossa um luxo, pequeninho sabe, tipo “ninguém descobriu ainda” e os ninguém somos nós, pessoas não tão modernas assim, pessoas que não ditam moda, nem são formadoras de opinião.
Não, não sou contra o mercado de luxo, muito pelo contrário, acho que ele está aí sim, que existe público pra isso e que realmente é legal, eu fiz faculdade de moda, adoro uma roupa boa, um jeans legal, uma sapatilha Prada, cortar meu cabelo com aquele cabeleireiro fabuloso que mesmo me cobrado três salários mínimos vai mudar minha vida, (sim, cabelo muda a vida, o humor a cara e até a forma de ver o mundo) conhecer bistrozinhos bacanas, com comidinhas deliciosas, garimpar revistas (meu ponto fraquíssimo e aonde vai boa parte do meu dinheiro) em bancas legais em Higienópolis, acho interessante saber onde se encontra o que é bom, estou longe, mas longe mesmo de achar o fim quem gasta 15 mil em uma bolsa, a bolsa é linda, você tem grana, compra mesmo, eu compraria, o que me incomoda é a ditadura, ou você vai lá, ou você usa volume no próximo verão, ou então tu ta por fora. Isso não é legal. Isso não é aceitável, quem tem corpo pra isso usa, quem tem grana pra ir nesses lugares vai, mas isso existe a possibilidade de ser legal e moderna, cult e interessante sem necessariamente cumprir essas ordens.
Mas quando comecei escrever isso aqui não era nada disso que queria falar, sei que folheando a revista, me deparei com uma matéria que foi a glória, enfim alguém me entendeu, alguém me deu razão. A matéria chama “QUE DOR QUE NADA” e começa com a sabia frase, “esqueça o velho conselho de que é preciso ser forte e agüentar firme. Houve uma reviravolta na abordagem desse sintoma. A tendência hoje é tratar logo e, sempre que possível prevenir”. Brilhante meu deus! Tem mais “Até pouco atrás ninguém dava real importância a dor... hoje os profissionais antenados não menosprezam esse sinal de alerta, que adquiriu o status de quinto sinal vital”.
Finalmente as pessoas chegaram a essa conclusão, que sem querer parecer arrogante, pra mim sempre foi óbvia, dor não é normal, sentir dor não é legal, o corpo ta reclamando, ta dizendo que tem alguma coisa errada, que você abusou, que pode ter algo sem funcionar direito, será que é tão difícil entender que sentir dor não é natural?
E, pra que agüentar, ser forte, qual o motivo da resistência em tomar remédios? Pra mim isso é um ranço natureba anos 70, que de saudável não tem nada, maconha é legal, analgésico não. Vão à merda, ok? Chás de cogumelo, ácidos lisérgicos, isso pode, mas uma porra de um opiáceo (a única substância capaz de aliviar as dores de um câncer, por exemplo), ou de um antidepressivo para aliviar dores psíquicas e tormentos mentais que às vezes param a vida de uma pessoa não pode. Convenhamos é no mínimo incoerente. Sim acredito que auto conhecimento, terapias, e o caralho ajudem que dores podem ter fundos emocionais, mas até pra isso existe remédio sabia? Os tais foram feitos para melhorar qualidade de vida, ou alguém imagina o que é uma dor de cabeça que pode durar dias, uma cólica menstrual tão forte que você mal consegue trabalhar, exercer funções simples dia a dia. Algumas pessoas param completamente de viver por causa de doenças mentais, que com médico e as drogas certas poderiam ser sanados.
Que fique claro isso não é uma ode ao uso indiscriminado de medicação, pra fim nenhum, é sim uma indignação. Antes até é uma questão. Qual o mal em tomar remédio quando se sente dor? Não colocar substâncias químicas no corpo, ok, então que também não bebam, não fumem, não comam alimentos com agrotóxicos, é pra testar os limites do corpo, até onde você é capaz de suportar uma dor?
O melhor mesmo seria termos uma vida, alimentação, e corpo tão saudáveis que dores não existiriam nunca, mas sabemos que não é assim que a banda toca, então...
Pra mim isso é ignorância uma ignorância meio masoquista. Ninguém precisa sentir dor, ninguém quer sentir dor.
Um viva aos analgésicos e aos meus antidepressivos que me fazem continuar aqui.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

da não razão

não é pra ter sentido, nem rima, nem razão
são pensamentos cortados, surtados e corridos
alívios e tormentos
correrias
tentativas frustadas de ser feliz

não encosta