quarta-feira, 27 de junho de 2007

das noites mal dormidas




Não consegui dormir
Mais uma noite
Mais uma e não será a última
Mais uma das milhões que ainda virão
Levantei da porra da cama há 2 horas
E já chorei,
Duas vezes

Alguma coisa está errada
cacete

Alguma coisa acontece na minha cabeça
já declarada incurável, insuprível, irremediável, insanável
Escrevo e choro
Um texto bobo e ruim
Que me faz esgoelar
Será que todo mundo é assim?

Ou alguns são escolhidos para serem palhaços da humanidade?
E já que é pra ser clichê
Vou ouvir um blues
Tomar uma garrafa de gim
Duas, alias
Por que como diz o sábio, o diabo


Pra me deixar legal
Só uma dose dupla desse mal.





Por você que não me lê mais




segunda-feira, 25 de junho de 2007

das pegadas


Se eu te pego
Te enrosco
Te amarro
No ato
Te amo te deito
Te mato
(how clichê!)
Te duvido, te uso
Lambuzo
Te amo
me assanho te solto
(sem saber o porquê)
Te falo
Te conto me conta
te guio
te instruo
te mudo
eu mudo
te fumo
te bebo te cheiro
te gosto
te mostro
doutrino
te arrependo
te volto no tempo
te desculpo
me perdoo
te dou
me fodo
copulo
me emprenho
te atormento
me escapas

mas isso se eu te pego


Pra aquele que me lê todo dia

domingo, 24 de junho de 2007

dos pensamentos de solidão


Vem aqui, senta ao meu lado

Então vem, coloca sua mão sobre a minha

Não repare, mas as minhas estão tremulas

Estou nervosa esses dias, só

A solidão tem me acompanhado

Tenho tido por companhia, meu gato, bichano mesmo

o meu cigarro e conhaque

Nos dias piores, meus calmantes

Vem aqui
Me dá de beber
Me dá de beijar

Então se ajeita aqui
Ao me lado
Deixa eu me aninhar

Me esquentar
Me esfregar

Preciso saber que não morri

Sentir que não sequei

Que ainda resta algo em mim

Que meu sangue não evaporou, não escoou

Já tive medo
Achei que morreria
Senti solidão

Desespero

Agora não

mas

Minha inteligência e
Qualquer resquício de raciocínio lógico sumiu

Estou aqui

E a única vontade que tenho é de você aqui comigo

Ainda que só nas linhas do meu caderno



Acabou meu conhaque

dá meu ultimo cigarro

e um remédio pra dormir

sexta-feira, 22 de junho de 2007


das dores

tenho guardado dentro de mim
toda dor do mundo,
o néctar do que existe do mais amargo
o tormento e a ira
veneno
imagens caóticas
o desalinho desarranjo o desassossego
pesadelos babélicos
confusão
tenho guardado dentro de mim o maior amor do mundo

das partidas


[Desde que você se foi

Sou dor e desamor

Silencio e confusão

descoloração

Morte sem vida e sem Severina]




Acho que desde que você se foi

Não sou,fui

segunda-feira, 18 de junho de 2007

das verdades


Pra dizer a verdade

Era tudo mentira

tudo

o cheiro

a pele

o amasso


Pra dizer a verdade

a verdade mesmo

a gente nunca se amou

nunca tivemos noites intermináveis

nem abraços infinitos

era tudo mentira

mas



Pra dizer a verdadeverdadeira

só a verdade

nada daquilo foi real

acreditamos nas mentiras que nós inventávamos

nunca houve nós



::gosto de nós::



Pra dizer a verdade

Nunca achamos que existisse no mundo

Duas pessoas tão maquiavelicamente iguais

Mas existem

Ah, existem



Criamos um mundo

Construímos um castelo

Cultivamos o ódio (o que talvez, pensávamos ser amor)

Conquistamos má fama



Arquitetamos enredos

Amontoamos conversar

Armamos casamento


Pra que?



Acabamos sozinhos



Pra você que me lê e é de verdade