segunda-feira, 31 de agosto de 2009

R.I.P

cada vez que um texto se perde eu sei que nunca mais escreverei uma linha. e sofro como quem perde um filho. um amor, ou uma flor.



esse espaço é seu.

domingo, 30 de agosto de 2009

conjuros dos nossos verbos

Quando acordei percebi que mais uma vez havia inutilmente tentado sair dessa rota
Procurado remanso entre as penas que permeiam minha mente
E em tempos assim o recurso mais sagaz é perder-se nas lacunas das lembranças de você
Ainda sei da sua vida. Eu sei porque me contam.
Eu sei, porque os caras que me comem sabem sobre você
Só não sabem o quanto você é imprescindível para eu me conjugar
os conjuros da nossa carne
nossos verbos
nossos porres
A vida segue, sem você ter ao menos ter me dito adeus
Meu nariz sangra e aquela tosse piorou consideravelmente

de tudo, o que me sobrou, foi a saúde flácida
E a lembrança dos dias ensolarados.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

blind girl

por vezes meu desejo é desligar os raios do sol, assim abraça-los a soturnez da minh'alma e tentar ter um pouco de paz.
e só na escuridão conseguirei fugir de mim mesma e
dos monstros da minha solidão

optarei covardemente pela cegueira
fecharei os olhos à podridão que insiste em florescer
dormirei

e clamarei por não sonhar
boa noite



°° trilha Etta James - I'd Rather Go Blind °°

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

tormento recebido - tormento devolvido - repente maldito


Colaboração de um amigo para meu antigo blog, tormento por dentro


Texto I – por Fábio Terra

Tormento por dentro que alucina, acabou,
Foi-se minha última carmabazepina
Carma mesmo, meu copo secou,
Me dá um pouco da sua calma,
Acabou a porra da cocaína, desastre, desastre e desastre

A paranóia vem, cigarro, cafeína, sangue,
Escarro o meu cuspe em você menina,
Abre a boca, não quer um beijo meu?
Saliva é tudo igual
A mesma que jogo na tua boca
E a mesma que você deixa no meu pau.

Antidepressivo o cacete !!!!! prefiro o depreciativo
Um corte na tua língua o gosto do teu sangue,
Me provoca eu sei que você gosta.
Mas cuidado, é o horror, é o horror é o horror.

Tua bolsa Daslu, teu scarpin azul
Eu sei que fundo você sente prazer é me dando.
Me dando o seu rabo, me dando o seu cú,

Vadia sem dono, fica de quatro e cheira toda essa cocaína,
Quero ver o sangue da tua narina,
Tirar o pau do teu rabo esculhambado,
E encher tua boca com a minha dourada urina.

Agora escreve no teu diário, ridículo assim como a vida,
Hoje me fizeram puta e eu gostei
Hoje me fizeram de puta e eu gozei.

Resposta ao tormento dessa ave
Texto II


Se meu tormento conseguiu te alucinar
Você que anda fraco
Ou sem história pra contar
A carbamazepina acabou
Não enche, tenta a venflaxina, morfina
E se você achar por aí
Quem sabe heroína
Só não torra meu saco pela porra da minha cocaína
Que nem acabou seu otário
Eu escondi
Sim escondi no armário

Eu não to noiada,
Nem afim de cafeína, um cigarro até aceito
A cocaína começou fazer efeito

Também não quero deixar minha saliva no seu pau
e não seu besta
saliva não é tudo igual
A minha é amarga, tem gosto de cocaína,
Aquele mesmo gosto da sua dourada urina
E se é que você não sabe é culpa é da Tranilcipromina, Mapotrilina, Fluvoxamina ou da Nortriptilina

Depreciativos
Acho que mais para depreciados, desprezados, desacreditados
Desonrados
Sem honra como meu rabo, aquele que você já comeu
Já gozou
E agora vem fingir que mal gostou

E corta minha língua, você sabe que sangue me excita
Molha minha boceta com sangue misturado a saliva
Cospe no cu
Não na minha cara
Que eu piso na sua com meu sapatinho da Daslu

Eu te provoco
E quem gosta é você
Fica aí que nem cachorro querendo me comer

E como homem não tem diário
Faz uma porra de música e escreve
Hoje eu comi aquela puta
Sem vergonha
Ela gozou, que eu sei
Mas o pior
é que eu que me apaixonei

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

olhos de poeira

faz tempo que não leio nada
enxergo apenas as teias criadas em meus olhos
e tudo que sinto são os rastros de poeira
além dos vestígios de dores esquecidas
tristezas que teimam em sorrir e me olham fixamente
não existem mais palavras em mim

eu vou arrancar uma a uma as minhas unhas
assim, não terei mais como te ferir
meu sangue marcará esse território que outrora me abrigou
minha alma atormentada te verá nos restos daquele cristal
vou fugir para não matar
já que nada mais vive em mim


é tudo morte por aqui