quinta-feira, 6 de agosto de 2009

olhos de poeira

faz tempo que não leio nada
enxergo apenas as teias criadas em meus olhos
e tudo que sinto são os rastros de poeira
além dos vestígios de dores esquecidas
tristezas que teimam em sorrir e me olham fixamente
não existem mais palavras em mim

eu vou arrancar uma a uma as minhas unhas
assim, não terei mais como te ferir
meu sangue marcará esse território que outrora me abrigou
minha alma atormentada te verá nos restos daquele cristal
vou fugir para não matar
já que nada mais vive em mim


é tudo morte por aqui