domingo, 30 de setembro de 2007

dor

e mais uma vez a gente brigou
a mesma merda de sempre
álcool
cocaína
e eu quis te matar
você me empurrou

bati e porra da minha cabeça no armário
eu não lembro, caralho
eu não posso bater a porra da minha cabeça
e agora não estou falando de tormentos e sim porque eu sei que você sabe
embora a gente insista em fingir que nada acontece
que eu vivo com uma bomba relógio dentro do caralho da minha cabeça
acordei com dor
uma dor enorme
isso foi ontem de manhã
final da balada
a tal das noites intransponíveis
enfim só ultrapassamos quando você me jogou no armário
tenho dor
e medo agora
você dorme
mas eu sei que não é descaso
é fuga

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

cansaço

Eu, cansaço
Canção de roda
Cantiga de ninar
Eu, todos os cansaços do mundo

Eu, caótica
Catatônica
Caquética
Eu, cama mesa e banho


Eu, comida
Curada
Currada casada
Eu, cansei

sábado, 22 de setembro de 2007

da minha volta

Senhor, livrai-me da norma culta
Adulta
A forma que não insulta
Me libere das métricas perfeitas
E do vocábulo letrado
Deixe me abandonada aos erros ortográficos
Graves descuidos gramaticais
Ao poema livre
Quero entregar-me às palavras de baixo calão
Cultuar o palavrão
Escrever como aqueles que compõem sangrando
Escrevem morrendo
A língua do cais
Do caos
Entrego a merda poemas pueris, infantis
Corrigidos e revisados
Não vou nem passar pelo amor
Quero a vida fudida
A sacanagem
O cheiro de mijo do centro de São Paulo
Nada de versos planos
Retos concretos
Quero a beleza do puta que pariu
Da rima barata
Dos carteados de mesas de bar
Senhor, livrai-me da felicidade





Aos que se alegraram com minha breve morte,
Sinto informa-los que voltei
Mais fértil
Menos sensível
Voltei com a filha da putagem de companhia
E estou aqui
De pernas abertas, esperando ser caceteada

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

do meu cu

Como se não bastassem todas as grandes merdas que têm acontecido na minha amaldiaçada porra de vida, descobri que não sirvo pra nada, não tenho vocação pra coisa alguma, nem pra trabalhar, nem vagabundar numa boa, porque gosto de dinheiro, nem pra ser feliz e menos ainda pra ser triste, não sou nem uma boa bêbada, porque minhas ressacas estão acabando com qualquer resquício de vida inteligente que me sobrava.

Devo ser boa de foda, acho que vou sair por aí fodendo, oferecendo minha boceta a quem quiser a troco de uns míseros reais, que paguem minhas cachaças e minhas anfetaminas, mas nem para isso tenho talento, afinal sou casada, bem casada e apaixonada. Ou seja, nem pra vadia eu sirvo mais.

Minha carreira de boemia não durou nem 10 anos

Charles ia se envergonhar de mim
quem sabe um dia com muito esforço eu consiga virar essas bêbadas que dormem na ruaque acordam e continuam bebendo
que transformam sua vida num eterno beber dormir acordar
assim não perderia tempo com reclamações dos outros
com pessoas ofendidas e carentes
com problemas menores e coisas sem importância

toda minha preocupação seria em beber o que?

uma pinga ou um conhaque barato

um rabo de galo?

quem sabe uma maria mole pra variar

sim esse seria o grande dilema da minha vida

um brinde a esses que vivem sem se importar em agradar

sem fazer questão

vivendo por um gole de pinga e dormindo em papelão

domingo, 9 de setembro de 2007


quando me sinto só
ando pelas ruas desse lugar gigante que às vezes parece ter cinco pequenas quadras
e converso com muros, me embriago com suas histórias
e minha cabeça tomada pelo tormento teima em bater contra eles
fazendo assim a dor física sanar a emocional
costuma funcionar

os muros têm sido minha melhor companhia
meu melhor conselheiro, meu ombro
e se por acaso você encontrar gotas sanguíneas em muros coloridos
não limpe
são as minhas angustias que ficaram grudadas lá
e pelo menos por instantes deixaram de me atormentar

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

A petulância adolescente me impressiona. Essa insolência juvial é irritante.
Esses medíocres seres humanos de 20 anos se dizem cult, moderna alternativas junkies
Garotas com as porras das suas contas pagas pelos pais que geralmente moram no interior do Brasil, e elas com suas drogas compradas com traficantes de luxo, tomando vinho a tarde, e fodendo uma vez ou outra, acham que sabem o que é uma vida na merda, a verdadeira sacanagem que é essa porra de vida e a o cheiro de merda que o centro de São Paulo exala, pra elas isso é glamour. Rock ‘n roll.
Queria saber quantas vezes essas pseudo vadias junkies dormiram na rua e acordam com um qualquer lhe metendo a mão nas suas limpas e cheirosas bocetas, se enfiaram na porra da praça da republica pra fumar pedra, tomaram um fogo de pinga de 2 reais, não elas tomam dramin e acham que se drogam, sofrem por juras de amores feitas por garotos tão classe média quanto elas que e as calhordas cataram num final de noite numa boate da moda. Isso não é sofrer, angustia não vem daí.
A merda da cabecinha de vocês não suportaria um tormento de verdade, a angustia que toma quem se entregou a ela, a ânsia de quem já se afundou tanto, que a lucidez se torna um suplicio.
Vocês têm que comer merda. Chafurdar na lama. Porcas gordas.
Vão foder suas classe media nojentas, foder com gosto, foder porque foder é bom demais, foder com bêbados brochas, porque é isso que se encontra na vida real.
Não tomar um gole de vodka cara com algum desses energéticos misturados.Tomar pinga ate cair no chão, e no real , não é literatura, é foder pra ganhar uma parada de pó, não trepar com seu traficante bonitão num hotelzinho, porque acha que isso transgressão.
Vocês me deprimem.
Wannabes sempre me deprimiram
- Eu sou alternativa, gosto de cinema europeu, bebo e uso drogas no banheiro do clubiznho alternativo da augusta que eu vou, sou locona. Você e a lolita pille.
HELL.
Inferno não é aquele bar na augusta
E não é lugar pra vocês.
Tenho 19 anos e já fodi com 20, inclusive fodi com um cara na praça roosvelt, é um cara mais velho, um bêbado, ele vive lá, deve ter uns 40 anos (eu sou uma piranhona, né) ele escreve, eu também escrevo, tenho um blog e um fotolog super atualizado, onde posto fotos conceituais tiradas por mim (porque eu também adoooro fotografia) em lugares que julgo exóticos. Com a máquina que ganhei do meu pai.
Também faço uns trampos de moda, sou cool.
Argh, pau no cu.
E no fim do mês meu pai paga minhas contas e eu vou pro interior no natal posar de boa moça.
Respeitem a boemia, o cult e a boa vadiagem suas nada, se assumam boas ordinárias.
Isso me enoja.
Me broxa.
Vou beber me juntar aos meus.
Daqui uns anos a gente se encontra, e vocês provavelmente estarão gordas,casadas com bancários, ou empresários, fazendo compras no Iguatemi e contando pras suas amigas como vocês piraram na adolescência.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

que a vida é uma sacanagem de merda, já cansei de dizer
que devo ter nascido pra ser palhaça da humanidade também
que toda a porra e toda miséria sentimental moram em mim
ja berrei por aqui várias vezes

então porque o caralho de uma entidade dada a algum vício não faz algo cacete?


vou me imundar nessa sujeirada que é esse mundo e deixar de ser trouxa
vou foder com a vida de quem me fizer mal


a merda essa porra toda
esse blog
coisa nojenta ter tempo pra blog
que tá lá na merda mesmo
dando o rabo pra neguinho nojento
não tem computador
nem blog
nem porra nenhuma

cansei de berrar aqui
vou berrar pela rua agora

vadia, mas escuta Bowie

Enquanto me arrumava naquela noite, escutava Bowie, escolhia a roupa, e pensava em qual inferno eu iria me meter naquela merda de noite, me meter pra ver se algum merda metia em mim e eu arrumava uma grana pra merda do aluguel, porque puta também paga aluguel. esperava o porra do traficante de merda que até aquela hora não tinha dado sinal de vida nem de morte, ás 09:27 ele ainda não tinha aparecido com minha cocaína.

Puta que pariu, porra de traficantezinho amador, caralho.

Já tinha virado meia garrafa daquele conhaque, quando a porra de telefone tocou, era ele, dizendo que estava enrolado, - é rolou um desmonte aqui no barraco – e pedindo pra eu ficar calminha, que em meia hora ele chegava com aquela bosta e que me daria uma presa boa, Calma, porra!

preciso dar um teco agora, já to bebaça, daqui a pouco to caindo dentro de casa, eu odeio ficar muito bêbada em casa;

resolvi tomar o resto da garrafa.

Quando ele abriu a porta, - o prédio não tem porteiro, e meu apto não tem chave – eu já estava dançando na sala, dançando David Bowie sozinha. Ele me encostou na parede, levantou minha saia, e me enrabou, meteu com tanta força que mesmo depois da garrafa de conhaque, mais duas latas de cerveja que peguei no pé sujo do viado babaca que me come , doeu, gritei e ele puxou meu cabelo e me mandou calar a boca, gozei.

Me botou duas carreiras gordas, depois de gozar no meu cu, disse que essa não sairia da minha parte, Presente porque tu foi boazinha, vadia! Cheirei aquelas merdas e em 15 segundos, minha boca amorteceu, minhas pupilas ficaram quase do tamanho que agora estava meu rabo, e meu fogo curou, pronto, estava ótima, levemente excitada, era hora do inferno começar. Aquela bosta toda do centro, aquele fedor de mijo de crack, essa porra de vida fodida.

Peguei meu pó, enfiei na calcinha porque se porra de tira aparece ainda levo umas porradas e tenho que chupar o pau dos sacanas, pra não ir em cana, dei mais um teco, e desci, tava bonita de doer aquela noite, tinha emagrecido mais uns 3 quilos, e sem pregar o olho há dias, esse aspecto olheiras-magreza-descaso-cansaço me deixava fabulosa.

Sempre deixou.