sábado, 22 de setembro de 2007

da minha volta

Senhor, livrai-me da norma culta
Adulta
A forma que não insulta
Me libere das métricas perfeitas
E do vocábulo letrado
Deixe me abandonada aos erros ortográficos
Graves descuidos gramaticais
Ao poema livre
Quero entregar-me às palavras de baixo calão
Cultuar o palavrão
Escrever como aqueles que compõem sangrando
Escrevem morrendo
A língua do cais
Do caos
Entrego a merda poemas pueris, infantis
Corrigidos e revisados
Não vou nem passar pelo amor
Quero a vida fudida
A sacanagem
O cheiro de mijo do centro de São Paulo
Nada de versos planos
Retos concretos
Quero a beleza do puta que pariu
Da rima barata
Dos carteados de mesas de bar
Senhor, livrai-me da felicidade





Aos que se alegraram com minha breve morte,
Sinto informa-los que voltei
Mais fértil
Menos sensível
Voltei com a filha da putagem de companhia
E estou aqui
De pernas abertas, esperando ser caceteada

Um comentário:

Mésmero disse...

Carpe diem


Belas fudidas!!!