sábado, 28 de julho de 2007


dos seus pés

Lembro-me com exatidão da primeira vez que observei seus pés
Estávamos na cama
acabado de foder
Uma foda boa
Quente, suada
Quando você saiu de dentro de mim
Levantou-se e foi até a geladeira
Você descoberto, exposto
eu poderia reparar qualquer parte daquela nudez
Mas olhei os pés
Firmes fortes, porém finos
[nobres, segundo definição sua, dita bem depois]
Não sei se foi o pé ou o pisar
Mas foi seguro, confiante, convicto
Seu alicerce
Minha segurança


O tempo passou e continuo encantada com eles
Eles me surpreendem diariamente
Sinto-me protegida com eles
Sei que não vou cair

das dores infernais

se todas as dores do mundo se encontrassem e resolvessem morar juntas
com certeza elas escolheriam meu corpo

primeiro porque muitas delas já estão aqui, fazendo a festa, fodendo
é um lugar divertido, e a proprietária oferece inúmeras condições de crescimento a cada um que chega.
veja só, a angústia quando chegou, era pequena, nunca vista, passava até desapercebida.
Hoje reina triunfante em minha cabeça
a tristeza o pesar e a desgraça gabam-se por ocuparem uma posiçao de destaque, são importantes, quase autoridades
o desgosto e o dissabor se vangloriam por terem conseguido amarrar uma vida


sim, fiz todos crescerem
são hoje, mais que dores ou sensações
são os donos, comandantes e reis da minha ex vida

portanto deixo aqui o convite
você qualquer tipo de tormento, dor, amargura, azedume
venha
ofereço a vocês meu corpo, minha alma e uma mente já destruída

terça-feira, 24 de julho de 2007

dos quase surtos

sim, quase surtei hoje
de novo
daqueles de camisa de força e clínica
e homens grandes tentando segurar
e remédios fortes na veia


mas dessa vez, não foi divertido


até quando?




::::cuidado, fui declarada patologicamente insana hoje:::::

segunda-feira, 23 de julho de 2007

dos desalentos

não sei quantas vezes eu disse isso
tô cansada
debilitada
desanimada

não sou se sou eu que tenho cansaço
ou se ele que me tem



talvez eu desita hoje

das lembranças da infância

quando tinha 9 anos
10 no máximo eu tinha uma gangue


"tropa de choque"


tínhamos camisetas rosas com cassetetes

eu era a líder, claro
apesar de ser a mais nova
sempre fui a mais mandona


continuo sendo assim meio mandona
inquisitora
autoritária

mas não pedirei desculpas por isso
quem quiser que conviva comigo
quem não queriser que se foda e ponto


mas voltando a tropa de acho que
escrevi isso porque recebi no meu orkut

(sim eu tenho é lotado e eu adoro)
um testemunho que me lembrou infância


e suspresa eu era feliz

está aqui



Para os outros ela é a Miss Doll, cheia de atitude, animada, maravilhosa. Para mim ela é e sempre será aquela menininha de cabelos castanhos que dizia no café-da-manhã na cozinha da casa dela que café preto não faz mal. "Meu pai disse que não faz, ele é médico", afirmava confiante. Depois disso íamos rumo ao colégio todas as manhãs por um comprido corredor lateral daquela casa. Ela ajudou a me ensinar a nadar em uma piscina de azulejos azuis escuros, me ensinou a andar de bicicleta na varanda da churrasqueira com uma Ceci de cestinha e ficava sempre atenta para nunca esbarrarmos na estátua entre a varanda da casa e a piscina. É isso aí miss Tropa de Choque, acho que ainda somos aquelas crianças felizes, com brincadeiras nem mais nem menos divertidas, apenas diferentes. Você sempre será a menininha de cabelos castanhos que eu sempre adorei! Espero que sejamos sempre crianças a correr pelo jardim sem esbarrar na estátua cinza de uma mulher quase nua. Te adoro hoje e sempre.

domingo, 22 de julho de 2007

das observações sobre mim

as vezes eu me observo
as vezes, só (tenho pavor de gente que sabe tudo sobre si mesmo)
mas quando observo noto coisas que não precisava

eu não gosto de estar com ninguém
gosto só quando preciso
quando é vontade minha
pra diversão
do contrário sou chata e mal humorada


não gosto de ouvir reclamações alheias
não gosto de conversas demoradas sobre foras tomados
sobre dores de outrem
não dou opinião
e não permito palpite na minha vida
acho um saco


das minhas mazelas cuido eu
então cada um que se resolva com as suas


não sou uma boa amiga
não, não sou


sou egoísta
mas isso eu já sabia

apesar de que agora notei, sou muito mais egoísta do quanto eu achava aceitável

talvez as pessoas se cansem das minhas sumidas e das minhas desculpas
talvez eu fique sozinha
talvez não me sobre ninguém
talvez eu ache isso bom
talvez

sábado, 21 de julho de 2007

das minhas comidas

sim sou bem alimentada
me nutro de formas inesperadas
de alimentos improváveis



minha insanidade me alimenta
e o delírio, minha sustância


me alimento de você
tirando de ti tudo que possa me servir


devoro te
consumo seu mel
absorvo o fel
tua força
me embriago de teu sangue
até te exaurir, esgotar, ressecar


até nada de restar
isso para você ter que vir buscar em mim algo que te sustentará


[será que você morre e não vem?]

dos dias de ressaca

estou acorrentada a toda forma de sofrimento
sempre foi assim
não sei que mal se apodereou da minha pessoa
nem se estou pagando algum tipo de penitência


[será que fiz mal a alguém?]



até uma ressaca
para mim parece muito pior


foram só umns conhaques
algumas carreiras de cocaína ruim


e hoje o mundo parace desabar na minha cabeça


ainda bem que tenho você comigo
de certa forma alivia tanta atormentação


me acorrentei a você
te fiz apoio


entreguei a ti essa doce tortura de viver ao meu lado

obrigada

quinta-feira, 19 de julho de 2007

do dia de hoje

se todos os dias fossem como hoje
até que seria fácil


acho que aquela incômoda e incessante sensação de calvário repousa
talvez seja porque acordei cedo
o tormento dorme ainda


psiu
silêncio


ele agora já já
e eu não tenho para onde ir

terça-feira, 17 de julho de 2007

das angustias de sexta feira



Uma tarde típica de inverno, céu azul sombra fria,
sexta feira sem intenção nenhuma
O final de semana estava aí
nquanto caminhava para casa, ia matutando o quanto é importuna, essa obrigação de prazer


como se fosse ordem



Está decretado
Todos para a esbórnia, badalações
Você tem que se divertir
Muito, no mínimo



eu só queria dormir



Tive uma semana sacal, uma balada errada na terça, e nenhum dinheiro no banco
E foi no meio desses milhões de pensamentos que você surgiu
A mesma aparência, aquela fisionomia sempre tão familiar
Aquele seu quase sorriso, seu jeito de quase feliz
e nisso um cheiro invadiu meu caminho
era o mesmo aroma,
foi me tomando brutalmente
Incontrolável ingovernável irrefreável
Aquele odor cinza, poluído, doente
O bálsamo do seu sexo
No mesmo instante fui assaltada por aflição, agonia, amargura, e angústia
Lembrei-me que esse perfume que um dia me trouxe vida
Também quase me matou
As recordações, mais que reais eram tangíveis, tocáveis
Saí correndo
Corri para casa [com aquelas sacolas horrorosas do pão-de-açucar]
Corri como se fosse pra fugir das lembranças
Como se pudesse inodorizar o mundo




[merda, eu sabia que essa semana ia ser péssima]




Tranquei-me no quarto e chorei
Chorei por horas
Chorei,pelo amor perdido,
Pelos sonhos desfeitos,
Pelo tempo que passou,
Pelos homens que não conheci
Pelos porres que não tomei, pelos que tomei
Por saber que durante toda minha vida, só fiz o errado, até quando queria fazer o certo.
Chorei porque a dor que já fazia parte de mim
Parecia crescer sem parar



Chorei chorei chorei
[e sim, fiquei com dó de mim]


Tenho chorado tanto ultimamente


Mas a música acabou, garota
Ninguém mais canta minha dor
E é hora da novela.



E quem sabe
parar de drama e me decorar,
Afinal é sexta feira e você tem que vadiar

segunda-feira, 16 de julho de 2007

dos cs dos ds e dos es


Corrói-me

Consome

Cega



Destrói-me

Desfaz

Devasta


Enlouqueço-me

Endoido

Ensandece



Cansado, ciúme demente

Desvairado

Encheu-se, (me) escapas



domingo, 15 de julho de 2007

das realidades




Finalmente você se foi

Alívio

Ao ouvir a chave girar

Sinto que retomei as rédeas




Muito bem garota, agora sou eu e você


...

Logo depois, finda-se a graça
Uma incontrolável vontade de chorar


sei que você me perderá numa esquina
num olhar
em um boteco qualquer


Depois de muito segurar
Desisto e Deixo o pranto me tomar
Até cansar e dormir
Desmaiar


sonhar que quando acordar você estará de volta



Não estava



....................


nesse mundo dito real
deduzo que a única verdade que conheço
é a dor
que me aperta o peito


Sua presença é sempre assim tão palpável
Sua presença e a ausência de mim

Já é quase dia
Mas pouco me importa
Eu não amanheço mais

sexta-feira, 6 de julho de 2007

do silêncio

Eu,
Fico com o silencio
Aquele que se esconde entre as palavras

o silencio de quando precisa-se fugir de si mesmo
calar a boca pra tentar emudecer o pensamento

quarta-feira, 4 de julho de 2007

dos desenlouquecimentos


[hoje eu acordei feliz
e agora?]


desfez-se
está acabado
levantei-me e já nenhuma memória
nada de angustia
amargura,
sem agonia sem aflição
talvez até um pouco de paz


desenlouqueci?

cadê você que já não vejo mais?

...

[merda,
e agora?]


eu gostava daquilo
faziam-me companhia aqueles desatinos todos
eu me acostumei com aquilo
devaneios e delírios


medo medo medo
volta


nem sei se foi real
ou se foi tudo fruto de uma imaginação fértil e doente
mas era meu
e não podia ser tirado de mim assim

[será que nem minhas sandices me toleram mais?]


só sei que me acostumei
gostava daquilo


desenlouqueci
e isso não esta me parecendo bom




[hoje eu acordei em paz
e agora?]