quinta-feira, 1 de outubro de 2009

gotejanto

Como se gotejasse, era assim que o sangue escorria, parecendo que existia pouco daquele soberano liquido dentro de si. Adelle trancou a porta, mas pela primeira para não voltar, deixara lá dentro não só mais da metade de seus pertences, mas toda lembrança daquela vida que dantes fora sua, apesar de ser sido roubada de outra que até os dias atuais chora e maldiz Adelle. não iria se consumir com isso agora. Era hora de partir, deixar o gás aberto e esperar; esperar explodir. iria comprar cervejas e cigarros, tinha desistido de parar de fumar, não era exatamente o momento adequado,

- fumarei para sempre, me assumo tabagista, sem culpa -

Aconchegar-se na pracinha em frente e assistir de lá o apartamento que trouxe tanta desgraça estourar. e com um pouco de sorte ele já terá voltado da viajem e irá pelos ares. Prédio sem zelador ninguém reclamará, nem terão como abrir se o cheiro escapar.
Parou e pensou, retorquiu-se por que tanto desejou aquela vida, por que raios quis irracivelmente ser senhora daquele homem, dona daquela casa. Tanta miséria, senhora dos infortúnios e o que lhe restou foram os braços cortados
Agora está sentada tomando cerveja quente e esperando aquela vida pipocar.

-Isso não é crime já que não tem ninguém lá, direi que me cortei e fui fazer um curativo, saí correndo em busca de socorro e o gás estava aberto, malditos apartamentos velhos com aquecimento a gás.

Desorientada por esses pensamentos não viu quando Birman saiu por aquele portão de ferro, carregando com ele somente as fotos de Adelle - fotos essas que ela fez questão de esquecer, escondidas dentro de uma velha caixa, se não queimassem tornar-se-iam banquete das traças e baratas que decidiriam fazer daquela caixa sua casa e comida – colocou-as cuidadosamente dentro do carro, vendo bombeiros tentarem salvar a velha moradia.

Adelle largou o resto da lata levantou-se e caminhou ate a estação do trem, jogou as chaves no lixão, pisou forte e rápido, a partir de agora Julliete.

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