terça-feira, 27 de outubro de 2009
4:47 - fractal
Caiu-lhe sobre a fronte a maldição geométrica da solidão que vivia os últimos dias
Quadrados de dor e angustias circulares lhe cobriam o corpo enlanguescente
Andava retangulamente dentro daquelas paredes cúbicas
Meias encardidas
As coisas ocupavam esferas erradas e tomavam formas maldispostas
Esfumaçados rosados
Se deu conta de que estava velha demais para aquilo tudo
Trancou-se no quarto do apartamento vazio
Olhou pela janela os seios da poluição fúcsia
pulou misturando-se definitivamente àqueles espirais presenteados
pousou neve,
nua e repleta