terça-feira, 26 de agosto de 2008

das angústias de sexta feira

Uma tarde típica de inverno, céu azul sombra fria,
Sexta feira sem intenção nenhuma
O final de semana estava aí
Enquanto caminhava para casa, ia matutando o quanto é importuna, essa obrigação de prazer

como se fosse ordem

Está decretado
Todos para a esbórnia, badalações
Você tem que se divertir
Muito, no mínimo


eu só queria dormir

Tive uma semana sacal, uma balada errada na terça, e nenhum dinheiro no banco

E foi no meio desses milhões de pensamentos que você surgiu
A mesma aparência,
aquela fisionomia sempre tão familiar
Aquele seu quase sorriso, seu jeito de quase feliz
e nisso
um cheiro invadiu meu caminho
Era o mesmo aroma,
E foi me tomando brutalmente
Incontrolável ingovernável irrefreável
Aquele odor cinza, poluído, doente
O bálsamo do seu sexo
No mesmo instante fui assaltada por aflição, agonia, amargura, e angústia
Lembrei-me que esse perfume que um dia me trouxe vida
Também quase me matou
As recordações, mais que reais eram tangíveis, tocáveis

Saí correndo
Corri para casa [com aquelas sacolas horrorosas do pão-de-açucar]
Corri como se fosse pra fugir das lembranças
Como se pudesse inodorizar o mundo

[merda, eu sabia que essa semana ia ser péssima]

Tranquei-me no quarto e chorei
Chorei por horas
Chorei, pelo amor perdido,
Pelos sonhos desfeitos,
Pelo tempo que passou,
Pelos homens que não conheci
Pelos porres que não tomei, pelos que tomei

Por saber que durante toda minha vida, só fiz o errado, até quando queria fazer o certo.

Chorei porque a dor que já fazia parte de mim
Parecia crescer sem parar

Chorei chorei chorei
[e sim, fiquei com dó de mim]

Tenho chorado tanto ultimamente
Mas a música acabou, garota
Ninguém mais canta minha dor
E é hora da novela.

E quem sabe
parar de drama e me decorar,
Afinal é sexta feira e você tem que vadiar.

domingo, 24 de agosto de 2008

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

sem titulo

me espera eu vou voltar.eu não minto.não pra você.minto pra mim.me espera.ali.na janela.com sorriso.flor na lapela.sorrindo.dizendo.é ela.
você e só você conseguirá me reconhecer.vai encontrar no fundo dos meus olhos tristes algo que ainda existe.não sei o que é.mas ainda ta lá.arraigado na alma. naquele fundo mais fundo e tão fundo que nem eu consigo chegar.você sim.me espera.eu volto.não posso lhe precisar quando.nem por qual caminho virei.mas se tu tiver me esperando.eu voltarei.quem sabe pra ficar.ou para dizer que não fico mais.

mas eu preciso que você me espere.


amor eu voltei.andei por estradas tortuosas que me levaram até onde quis.fui até la.senti o cheiro da merda e me imundei nela.foi lá sentindo aquele puta fedor.que aprendi ter saudade.a você. a janela. a flor.



me quer?
já me limpei.
me arrumei.
voltei.


a você que sente meu azedo quase doce,meu néctar de podridão,e ainda me abraça e diz que sou a melhor mulher do mundo

terça-feira, 19 de agosto de 2008

pra dizer a verdade

Pra dizer a verdade
Era tudo mentira
tudo
o cheiro
a pele
o amasso


Pra dizer a verdade
a verdade mesmo
a gente nunca se amou
nunca tivemos noites intermináveis
nem abraços infinitos
era tudo mentira
mas


Pra dizer a verdade
verdadeira
só a verdade
nada daquilo foi real
acreditamos nas mentiras que nós inventávamos
nunca houve nós

::gosto de nós::

Pra dizer a verdade
Nunca achamos que existisse no mundo
Duas pessoas tão maquiavelicamente iguais
Mas existem
Ah, existem


Criamos um mundo
Construímos um castelo
Cultivamos o ódio (o que talvez, pensávamos ser amor)
Conquistamos má fama


Arquitetamos enredos
Amontoamos conversar
Armamos casamento

Pra que?


Acabamos sozinhos


Pra você que me lê e é de verdade

ficha tecnica poema abaixo

estive morta, isolada em um canto que gelou meus pensamentos, congelou sentimentos, gelei tanto que achei que não voltaria.
Foi minha Sibéria emocional, Sibéria que ás vezes queimava com o verão da Zâmbia.
Conceitos foram vistos, revistos e reorganizados.
Lá me reencontrei com Plínio*, ótima companhia para os momentos de cachaçadas, Murilo** me levou fundo ao surreal de minha alma. E esteve ao meu lado esse tempo todo, meu amado, agradeço profundamente a ele e sua paciência sem fim, dos meus surtos recolhidos as cabeçadas na parede aos cortes em meu corpo e alma. Meu marido***, o homem mais incrível que conheço.

Voltei a vida por vocês três e para desorganizar a cabeça de quem ainda sonha com versos encantados.

*Plínio Marcos
**Murilo Mendes
***Luiz A. Capilé Charbel

da minha volta

Senhor, livrai-me da norma culta
Adulta
A forma que não insulta
Me libere das métricas perfeitas
E do vocábulo letrado
Deixe me abandonada aos erros ortográficos
Graves descuidos gramaticais
Ao poema livre
Quero entregar-me às palavras de baixo calão
Cultuar o palavrão
Escrever como aqueles que compõem sangrando
Escrevem morrendo
A língua do caes
Do caos
Entrego a merda poemas pueris, infantis
Corrigidos e revisados
Não vou nem passar pelo amor
Quero a vida fudida
A sacanagem
O cheiro de mijo do centro de São Paulo
Nada de versos planos
Retos concretos
Quero a beleza do puta que pariu
Da rima barata
Dos carteados de mesas de bar
Senhor, livrai-me da felicidade





Aos que se alegraram com minha breve morte,
Sinto informa-los que voltei
Mais fértil
Menos sensível
Voltei com a filha da putagem de companhia
E estou aqui
De pernas abertas, esperando ser caceteada


domingo, 10 de agosto de 2008

estou feliz...e agora?

está tudo estranho
hoje é domingo e eu estou curiosamente feliz
sim, aquele tipo esquisito de felicidade que algumas pessoas (estranhas) dizem ter
uma felicidade leve
tranquila
um regalo
um dia de sol e brisa leve
como chuva e um dia de cama
como aquela alegria de acordar pela primeira vez ao lado do alguém que foi tão desejado
mas voltando ao domingo
essa felicidade silvio santos é um tanto heteróclita
tanto quanto essa palavra achada em dicionário online
domingo não é dia de ser festivo
o certo nesse sétimo ou primeiro dia da semana é sofrer
acordar de ressaca
maldizer a televisão
a segunda feira que esta por vir
chorar quando escuta a musica do fantástico
fuçar blogs legais e só achar os piores (c0mo esse)

mas não é o que se sucede
acordei, almocei com meus pais, tomei umas cervejas
andei na avenida paulista
comprei uma flor para o cabelo
voltei para minha casa lépida risonha satisfeita

está tudo estranho
o dia maldito esta acabando eu continuo daquele jeito
estranhamente feliz

não estou sabendo direito como lidar com isso

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

lobos uivam em minha já funesta mente
demente

terça-feira, 5 de agosto de 2008

medos

eu tenho dragões dançando no peito
eu queimo
e a tentativa de salvação é sempre frustante


eu tenho um amor
dinheiro no banco e uma angustia que me paralisa

quisera eu que fosse só piti de mulher metida a artista
começa com uma dormência na mão
na cabeça
esquenta, calafrios
calaquentes
e o sinal fatal
estomago a partir daí é medo medo e medo
medo de tudo e tudo mais
do real e do que crio
medo


"aquilo que mais temo me sobrevém" é biblico e é isso que penso